Embora o vírus não seja novo e cause, geralmente, infecções leves, o Governo, num comunicado de imprensa divulgado hoje, garante o compromisso de monitorizar as orientações da OMS e actuar conforme necessário.
O Ministério da Saúde explica que o metapneumovírus humano é um agente conhecido desde 2001, identificado pela primeira vez na Holanda. Pertence a uma família de vírus respiratórios que podem causar sintomas como tosse, febre e congestão nasal. Casos graves, embora raros, podem ocorrer em crianças, idosos e pessoas com condições de saúde pré-existentes.
Na China, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças relatou que o aumento das infecções respiratórias, incluindo gripe sazonal, vírus sincicial respiratório (RSV) e hMPV, é consistente com as tendências esperadas para o inverno no hemisfério norte.
Segundo a OMS, estas infecções têm menor gravidade e propagação em comparação com o ano anterior.
Até o momento, diz o Ministério da Saúde, não há motivo de preocupação, mas recomenda algumas medidas preventivas como permanecer em casa quando doente, usar máscaras em espaços lotados ou mal ventilados, lavar as mãos regularmente e cumprir as recomendações médicas e de vacinação.
O que é o HMPV e qual a sua gravidade?
Ao contrário do coronavírus que causou a pandemia de COVID-19 em 2020, o HMPV é um vírus conhecido, com riscos e contramedidas estabelecidos.
No entanto, representa um risco para grupos vulneráveis, como os bebés, os idosos e as pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos. Além disso, tem algumas caraterísticas que podem tornar a sua detecção mais difícil do que a de outros vírus.
A maioria das crianças é infectada pelo HMPV pelo menos uma vez até aos cinco anos de idade, sendo que o pico das infeções ocorre normalmente no final do inverno ou no início da primavera.
O vírus provoca sintomas semelhantes aos da constipação ou da gripe, como tosse, corrimento nasal, congestão e falta de ar, dos quais as pessoas recuperam normalmente em poucos dias. No entanto, algumas infecções podem ser graves e exigir hospitalização.
As crianças e os idosos têm maior probabilidade de serem hospitalizados com HMPV, que também pode causar doenças mais graves em pessoas com deficiências do sistema imunitário ou doenças pulmonares crónicas.
Num estudo italiano da época de inverno de 2018-2019, 10% a 12% dos doentes infectados com HMPV ou RSV - um vírus semelhante - necessitaram de cuidados intensivos.
Os casos de HMPV têm vindo a aumentar no norte da China, sobretudo entre as crianças com menos de 14 anos, segundo as autoridades locais.
Entretanto, uma combinação de HMPV e gripe parece estar a pressionar os sistemas de saúde em regiões densamente povoadas, de acordo com Vasso Apostolopoulos, professor de imunologia na Universidade RMIT, na Austrália.
Não existem vacinas para o HMPV, mas estão a ser desenvolvidas várias, incluindo algumas que podem proteger tanto contra o HMPV como contra o RSV, disse Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group da Universidade de Oxford.