Amândio Lima, um dos camionistas no protesto e em representação do grupo, acusa a autarquia de continuar a vender senhas de abastecimento no Lazareto, mesmo quando não há areia disponível para extração.
“Estamos a protestar para alertar para quem de direito nos arranjar areia para apanharmos. A areia acaba, fecham o local e não arranjam nenhuma via alternativa e ficamos sem conseguir o nosso sustento. Inclusive compramos senha para areia aqui na Câmara Municipal e depois não têm areia para nos vender”, afirma.
Para contornar a falta de areia, os camionistas têm alegadamente recorrido à extração clandestina em áreas restritas.
Amândio Lima apela a uma solução eficaz para a gestão da extração e distribuição de areia na ilha.
“As autoridades têm conhecimento porque não é a primeira vez que acontece, tem sido recorrente e não adoptam medidas definitivas sobre isso. Se vamos ao Lazareto não encontramos areia, procuramos uma solução na zona de Salgadim, porque na apanha de areia é onde a maioria desenrasca um dia de trabalho, já nos apreenderam camiões lá várias vezes. Regressamos hoje ao Lazareto para ver se já havia uma solução e nada, por isso viemos protestar para obter respostas”, defende.
Em resposta, e em representação da edilidade, o vereador José Carlos da Luz esclarece que a gestão da extração e distribuição de areia não é uma competência directa da Câmara Municipal. No entanto, garante que a autarquia está à procura de soluções, junto do Ministério da Agricultura e Ambiente para mitigar o problema.
“Logicamente, sabemos que apesar de [Lazareto] ser o único local em São Vicente para apanha de areia, a areia não tem qualidade, e não é só isso, estes camionistas têm dificuldade em colocar aquela areia, digamos, em obras privadas e não só, porque tem a apanha de areia de forma ilegal noutros locais e de melhor qualidade. Sabemos das dificuldades, hoje enviámos uma máquina para repor o stock de areia, e vamos tentar, junto do Ministério do Ambiente, estabelecer um local provisório para apanha de areia, porque sabemos que tem sido uma dificuldade enorme o abastecimento da areia no mercado de São Vicente”, assegura.
Como medida imediata, a venda de senhas de abastecimento, segundo o autarca, deverá ser suspensa a partir de hoje até à normalização da situação.
Tentámos obter uma reacção da delegada do Ministério da Agricultura e Ambiente em São Vicente, mas não foi possível até ao momento.