São Graça, do sonho ao fazer acontecer

PorSara Almeida,8 mar 2025 9:40

Os sonhos de Maria da Ressureição Graça ainda são os mesmos que tinha aos 15 anos, quando, jovenzita em Lisboa, aspirava ter uma empresa e contribuir para o desenvolvimento do seu país de ADN e coração: Cabo Verde. Décadas já se passaram, o mundo deu várias voltas ao Sol e foram mudando caras, regimes e modos de vida, mas o essencial desses desígnios mantém-se. Com um longo e rico percurso pessoal e profissional, é uma das “M’s” da EME Marketing & Eventos que co-fundou em 2002 junto com Maria Martins, empresa que abriu caminho e é hoje uma referência incontornável na área. EME de Maria, mas também de Mulher, a quem sempre tentou dar voz, em várias iniciativas e acções. Uma história de vida que se funde com o empreendedorismo cabo-verdiano no feminino, mostrando que todos os caminhos são possíveis.

São Graça, como é conhecida, nasceu no Sal e tinha 9 anos quando emigrou com a sua família para Portugal. A mudança foi recebida com alegria e excitação. Era uma nova aventura: sair da pequena ilha, viajar de avião, descobrir um lugar desconhecido.

Poucos anos depois, ao entrar na puberdade, algo dentro de si mudou. “Comecei a ter consciência de mim”, conta. Consciência de que, apesar de muito bem integrada em Portugal, que ainda hoje considera como uma “extensão” da sua casa, era cabo-verdiana. “Senti que algo me puxava para a terra.”

No processo de “redescobrir” a sua cabo-verdianidade, passou a coleccionar tudo o que encontrava nos jornais sobre Cabo Verde, especialmente na área cultural. “Recortava e guardava num dossier que ainda tenho”, recorda.

Aos 15 anos, disse ao pai que queria voltar para Cabo Verde. O pai mandou-a ter juízo e continuar os estudos. Obediente, seguiu o conselho. Mas a vontade de regressar não passou. E além de voltar, queria trabalhar. Quando terminou o ensino secundário, procurou emprego. Mais uma vez, vozes mais velhas incentivaram-na a focar-se nos estudos. Fez o que lhe era esperado e entrou na faculdade, onde se formou em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes francês e inglês, pela Universidade Clássica.

Terminado o curso, sabia ter várias oportunidades de trabalho por lá. A Shell Portugal, onde o pai trabalhara, e que havia subsidiado os seus estudos, ofereceu-lhe emprego. A RTP, onde estava uma irmã sua, também. Mas a ânsia de Cabo Verde era mais forte. E, assim, rumou para cá.

Regresso a Cabo Verde

Aproveitando uma viagem dos pais ao Brasil para visitar o seu avô, São Graça decidiu que chegara o momento certo. Recorreu ao programa das Nações Unidas de retorno dos quadros aos seus países de origem, onde lhe deram um bilhete de passagem para a cidade da Praia. Um processo simples, em que apenas lhe perguntaram que bens pretendia levar. “Nada”, respondeu. “Está tudo ‘aqui’”, acrescentou, apontando para a cabeça.

E assim, ao fim de uma semana, embarcava em mais uma aventura, agora em sentido contrário.

Estávamos em 1988. Aqui chegada, as coisas eram diferentes. Mas, aquilo que mais estranhou, confessa, “foi a ausência do núcleo familiar intenso”. Décima de entre os 11 filhos dos seus pais, estava habituada a ter sempre muita gente em casa. Nem todos os irmãos viviam juntos, pois alguns já haviam voado para outras paragens, mas ao núcleo, juntavam-se dois netos e outras pessoas que a mãe acolhia quando iam estudar em Portugal. Por dia, só para ilustrar, compravam-se 60 pães. Ao fim-de-semana, 120.

Na Praia, apenas contava com o apoio do então namorado, futuro marido, que conhecera em Portugal e já se havia formado e regressado antes. Mas, mais uma vez, a integração, que é também uma questão de atitude, foi fácil.

No mesmo ano, começou a trabalhar na TEVEC, como tradutora. Não havia equipamentos para fazer tradução e São Graça entediou-se. E como não era de ficar parada, decidiu arregaçar mangas e organizar o desorganizado armazém onde se guardavam as cassetes.

“Limpava as cassetes, visionava e catalogava. Sempre gostei de organização. E, assim, acabei por organizar todo o arquivo de cassetes da televisão”, lembra.

Depois foi para a parte da programação, foi chefe-adjunta do departamento de informação e programas e, em 1991, sem aviso prévio, foi novamente promovida. “Eu estava em Portugal, em serviço, e quando cheguei o meu nome estava no boletim oficial como um dos membros da comissão de gestão da televisão”, sem ser tida nem ouvida.

No mês seguinte foi indigitada Directora de Programas. Um cargo de responsabilidade dado a alguém jovem, mas, como salienta, nunca se sentiu nova demais para as responsabilidades que lhe atribuíam.

Saiu da TEVEC no fim de 1991, mas o percurso e currículo estavam ainda só no início.

Trabalhou na seguradora Ímpar, como técnica de Marketing, onde foi a responsável de “toda a arquitectura da inauguração e primeiras campanhas de publicidade”. Mas logo se insatisfez com o trabalho, que “era sempre a mesma coisa.”

Depois, entre 1993 e 1994 foi directora de Gabinete de dois ministros da Cultura: Leão Lopes e Ondina Ferreira. Quando também esse trabalho lhe começou a parecer rotineiro, saiu.

Assumiu então o posto de directora comercial de uma empresa de leite de soja durante cerca de um ano e, em finais de 1995, entrou numa nova empresa, num novo desafio e numa nova paixão: a TACV.

O novo trabalho era absorvente e obrigava a várias viagens. Teve, por exemplo, de parar de dar as aulas nocturnas de comunicação e expressão, que leccionava ao ano zero na escola da Pracinha Grande.

Na TACV, ao longo de vários anos foi passando por várias funções. Quando entrou, como assistente de promoção e marketing, a companhia, praticamente, estava a ser construída. Não existia, por exemplo, uma área para o serviço Inflight, ou seja, a bordo. Como São Graça demonstrou “uma certa aptidão para essa área”, foi criado um departamento do qual foi a primeira chefe.

Liderar esse departamento é algo de que não esconde o orgulho, mas, em breve, partiria para uma nova etapa, de um velho sonho.

Assim nasce uma empresária

O sonho de ser empresária começou muito cedo. São Graça tinha apenas 15 anos quando se entusiasmou com a ideia de ter uma empresa, e o ramo então imaginado era a reciclagem de plástico. Cerca de uma década mais tarde, já em Cabo Verde dirigiu-se à então empresa pública de Fomento Empresarial e apresentou a ideia: aproveitar os plásticos deitados fora, recolher e fazer baldes para vender na Costa de África. Ao ver um rosto tão jovem, a senhora que a atendeu disse-lhe: “ainda é muito novinha, vá trabalhar e volte depois”.

Adiou o sonho de ter a sua empresa, mas este nunca a abandonou.

Já na TACV, conheceu a empresa brasileira VC Eventos, que organizou o evento de lançamento do voo Sal-Fortaleza e ficou impressionada e inspirada pelo trabalho realizado. De regresso a Cabo Verde, partilhou a experiência com Maria Martins e instigou-a a criarem, juntas, uma empresa semelhante. Repto lançado, desafio aceite, em 2002 surgia a EME Marketing & Eventos.

Na altura não havia nada parecido em Cabo Verde. Havia algumas pessoas que organizavam eventos de forma independente, mas o conceito era bastante rudimentar.

“Nós começámos a mudar tudo”, trazendo uma nova abordagem, a começar pela uniformização da imagem, garantindo coerência visual em todos os elementos: do design dos convites às fardas profissionais das agentes recepcionistas.

Foi um tempo desafiador. Além da novidade do ramo, o pequeno mercado de um país altamente partidarizado pareceu a muitos um obstáculo.

“As pessoas disseram-me: ‘tu tens coragem, o teu marido é conotado com o MpD e vais criar uma empresa dessas? Vão correr contigo do mercado em dois dias’”, lembra.

Mas isso não aconteceu. As dificuldades vieram, não por razões políticas, mas porque havia o receio, por parte dos potenciais clientes, de que algo falhasse na organização dos seus eventos. Porém, a EME foi conseguindo impor-se e criar uma boa imagem, de confiança. Conquistou o mercado, e foi somando clientes “de todas as cores políticas”.

“Estou aqui para servir o mercado, não para servir A, B ou C. É o mercado”, salienta.

Hoje, a EME é uma referência no ramo. Um sector que tem crescido tanto a nível dos eventos realizados como das muitas empresas que foram surgindo.

E as coisas continuam a evoluir. São Graça, da sua parte, já formou mais de mil jovens, de Santo Antão à Brava na área de organização de eventos, protocolo e etiqueta.

Aliás, tanto na sua carreira como na vida pessoal, estar, ensinar e aprender com os jovens — incluindo os seus filhos, Zubikilla e Cassius Spencer — é uma experiência que sempre a enche de satisfação.

Mil projectos

Mãe, empresária, sonhadora e inquieta por natureza, São Graça continua a abraçar vários projectos que vão além das actividades tradicionais das empresas de Marketing e Eventos.

“Eu gosto de criar coisas. Nunca peço a Deus para ser feliz: peço a Deus para ser útil, porque da minha utilidade vem a minha felicidade”, conta.

Só para resumir alguns projectos em que desde então se envolveu: em 2015 foi criada a revista Sempre Viva, que nasceu da necessidade de comunicar e dar voz às mulheres, nas mais diversas áreas. A revista está parada desde 2017, mas prevê-se que seja lançada agora online.

Foi precisamente em 2017 que São Graça aceitou um novo desafio e se mudou para a ilha do Fogo, em representação da EME, num contrato com o Padre Ottavio Fasano. Aí, assumiu os cargos de Presidente da Associação para a Solidariedade e Desenvolvimento, com gestão da Casa Manuela Irgher para mães solteiras, em Santa Cruz; Presidente da Fundação Padre Ottavio Fasano e Administradora Executiva da ASDENOVA SA, no âmbito do qual geria as aldeia turística Casas do Sol, a Adega de Monte Barro e a Vinha Maria Chaves e ainda um auditório.

Um enorme desafio, face à falta de recursos e notoriedade com que se deparou.

Mas tudo valeu a pena, e, desses três anos e meio de vivência, São Graça ganhou mais uma paixão: a ilha do Fogo.

“Gostei, mas eu dei-me bem no Fogo porque fui com experiência e com todo um trajecto. Se eu fosse jovem, sem a rede que tinha aqui e sem a EME por trás, talvez não conseguisse fazer nada porque o Fogo ainda está parado no tempo, quer a nível de mentalidade, quer de opções para jovens”.

Pesaroso ainda é quando se olha a imensa riqueza da ilha, aponta.

“Somos um país rico, não estamos é a conseguir transformar aquilo que temos em benefício da população”, avalia.

Dessa paixão pelo Fogo surgiu mais um projecto, o jornal Fogo Business, que tem como objectivo principal promover a ilha do Vulcão. O jornal começou por ser impresso, mas, tal como toda a comunicação social em Cabo Verde, enfrentou problemas de sustentabilidade, tendo passado a ser um jornal digital. Neste momento, está na calha uma mudança, “uma nova roupagem”, em que o jornal migrará para uma plataforma e “passará a ser Voz do Arquipélago”. A óptica deste e de outros projectos é sempre a mesma, diz: “Contribuir para o desenvolvimento de Cabo Verde”.

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“Seremos para o outro aquilo que nós quisermos”

Mas, neste mês dedicado, uma coisa importa saber: em todo este percurso no mundo dos negócios, sentiu alguma diferença por ser mulher?

Casos isolados. Nunca analisei Cabo Verde como sendo uma sociedade machista. Sempre vi o comportamento machista como algo próprio de algumas pessoas e nunca permiti que isso me afectasse ou me intimidasse. Portanto, não posso afirmar que tenha havido diferença, porque penso que isso depende muito da mulher. Nós seremos para o outro aquilo que nós quisermos. Se não quero sentir que sou diferenciada pelo homem, não me vou sentir. Vou provar-lhe que estamos no mesmo patamar. Acho que, muitas vezes, falamos sobre o machismo, mas também é importante que a mulher prove aquilo que ela é. Por exemplo, na política precisamos de nos impor. Dizem que é um ambiente extremamente machista, mas, ainda assim, temos de saber lidar com isso e demonstrar o nosso valor.

Falamos de política. E no mundo empresarial, é diferente?

Completamente diferente. No meio empresarial, posso dizer que não tenho tido grandes problemas. Houve apenas algumas situações isoladas, no Fogo, em que eu dava directrizes a fornecedores ou trabalhadores do sexo masculino e percebia alguma resistência. Mas, fora isso, na cidade da Praia ou em qualquer outra ilha, sinto-me respeitada. Inclusive na EME, não tenho tido dificuldades nesse sentido.

E ao longo dos anos, como tem evoluído a maneira como a mulher empresária se vê e como a sociedade a vê?

Houve uma mudança radical. Neste momento, inclusive há novas vozes e maior representatividade. Recentemente, participei num encontro muito interessante promovido pela Mónica Rodrigues, chamado Mulheres Cabo-Verdianas Fazendo História. No painel em que participei, estavam, entre outras, a presidente da associação de trabalhadoras domésticas e a presidente das vendedeiras da Praia. Há uns anos, não tínhamos essas associações. Essas mulheres não tinham voz, mas agora assumem um papel activo e fazem-se ouvir. Para mim, isso é um dado muito importante. E as histórias de superação que ouvi nesse encontro levam-me a acreditar que estamos num bom caminho, porque elas vão inspirar outras mulheres. Precisamos desses círculos de diálogo, precisamos conhecer as histórias umas das outras. E há mulheres que efectivamente têm uma história difícil a nível da aceitação, mulheres que sofreram até bullying, mas que souberam dar a volta por cima e que agora não permitem mais esse tipo de tratamento. É por isso que digo: temos de ser aquilo que quisermos ser.

Mas, voltando ao olhar da sociedade para a mulher empresária. É já uma coisa encarada com naturalidade?

De uma forma geral, sim. Hoje é perfeitamente comum ver uma mulher a gerir o seu próprio negócio, a controlar a sua economia. Diria que ainda existem casos isolados, mentalidades mais fechadas. Mas, de uma forma geral, Cabo Verde está bastante avançado. Quando comparo com muitos países da África e Ásia, acho que Cabo Verde é um paraíso para as mulheres. Conheço histórias de muitas mulheres no continente africano que nem uma conta bancária podem ter. Portanto, temos de reconhecer o progresso que fizemos. Trabalhamos muito em Cabo Verde para chegar a este patamar, continua-se a trabalhar e acho que estamos no bom caminho. Ainda não estamos no patamar perfeito, ainda não estamos ao nível dos países nórdicos, por exemplo, mas estamos muito bem.

E, uma mulher faz negócios diferente de um homem? Na política não vemos grandes diferenças…

Faz, sem dúvida. Embora não possamos generalizar, acredito que, no mundo dos negócios, as mulheres tendem a ser mais conciliadoras, mais voltadas para o diálogo e para a construção de consensos. Talvez mais diplomáticas. Na empresa, por exemplo, somos duas mulheres na liderança e damos muita atenção ao ambiente de trabalho, procurando que seja acolhedor, familiar. Quando percebemos que um trabalhador está com dificuldades, chamamo-lo para conversar. Penso que isso vem do instinto materno: muitas vezes, basta olhar para alguém para percebermos que algo não está bem. Nós, pela própria natureza, somos diferentes ao fazer negócio. Essa diferença, por vezes, funciona contra nós, porque quando um homem se depara com uma abordagem mais delicada e diplomática, pode confundi-la com fraqueza.

Mas, na verdade, essa é uma força?

É. Exactamente.

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Fórum Internacional quer pôr as mulheres em diálogo

A 30 de Maio vai realizar-se, na Assembleia Nacional, o 1º Fórum Internacional “Mulher e os Desafios do Desenvolvimento”, que visa criar um espaço inclusivo de reflexão e acção para mulheres cabo-verdianas, promovendo o diálogo e a colaboração entre elas e construção conjunta soluções para esses desafios.

Tudo começou com uma ideia das sócias da EME. São Graça e Maria Martins, olhando o panorama nacional, pensaram “nós, mulheres, estamos muito adormecidas. Temos de pôr todas as mulheres de Cabo Verde juntas, a dialogar umas com as outras”.

A partir dessa conversa, em Março de 2024, começou a delinear-se a iniciativa. E o passo seguinte foi juntar parceiros. Contactaram várias associações e organizações ligadas à Mulher, da sociedade civil e políticas, que abraçaram o projecto, desde o primeiro momento. Neste momento são já 12 promotoras, sendo a entidade parceira especial o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).

A recepção do público também tem sido positiva. Em pouco tempo, desde o início das inscrições, há já mais de 220 participantes inscritos. Há também inscrições de vários países africanos, como Senegal, Chade, Mali, Angola, Moçambique, entre outros. “Todos os dias recebemos e-mails de pessoas que elogiam a ideia e que querem participar”, congratula-se a promotora.

Quanto ao programa deste 1.º Fórum, como avança São Graça, arranca com uma conferência inaugural sobre a “Paz e a Segurança”, que terá como convidada uma personalidade internacional e onde se irá reflectir sobre a actual situação global de mundo em conflito e a importância do equilíbrio de género neste contexto

“Precisarmos de menos testosterona, a nível mundial, na gestão dos problemas”, defende.

Seguem-se três painéis. O primeiro é sobre “Media e Representação feminina”, no qual se pretende analisar e reflectir sobre as narrativas que os media criam sobre as mulheres e como estas são retratadas. O segundo, irá abordar a questão de género nas “Mudanças Climáticas e Empoderamento Económico”. Um tema actual e incontornável, quando se sabe que são elas quem mais sofre o impacto das Alterações Climáticas. Além disso, as mulheres têm tomado a dianteira na luta contra estas alterações e mitigação das suas consequências. No que diz respeito ao empoderamento, pretende-se abordar não apenas questões financeiras ou económicas, mas também o desporto, a cultura e outras vertentes. “Entre os 100 atletas mais bem pagos do mundo, não temos nenhuma mulher”, lembra São Graça, ilustrando essa necessidade. Por fim, o painel “Inclusão Feminina na Política” vai discutir os desafios da participação das mulheres na esfera política. “Penso que, a par da questão da VBG, este é o grande desafio que nós, mulheres, estamos a enfrentar. Precisamos de ter mais mulheres na esfera política”.

Este 1.º Fórum acontece no ano em que se celebram os 50 anos da Independência de Cabo Verde, e termina no dia 31 de Maio, com uma homenagem a “50 mulheres que, de 1975 a 2025, têm dado um contributo palpável para o desenvolvimento”.

Uma selecção que se antevê difícil face ao elevado número de mulheres que merecem distinção. Para a escolha, foram definidos critérios claros e transparentes, que serão divulgados no site do evento.

Bienal

A cerca de dois meses de acontecer, a organização deste evento tem sido, desde já, um desafio recompensador. “Este fórum está-me a dar muito prazer, porque senti que todas as mulheres estão com vontade de fazer alguma coisa. E senti uma outra coisa: que existe sororidade, só que ela ainda está um bocadinho escondida”.

A ideia é, como referido, “fomentar um espaço de diálogo”, que não se esgota com a realização deste 1.º Fórum. O evento, pretende-se, será bienal, e trará vários temas sempre com foco na troca de experiências “e a construção de soluções conjuntas para os desafios de desenvolvimento enfrentados pelas mulheres em diferentes contextos.”

“Não podemos parar, porque o nosso grande objectivo é inspirar as jovens que estão no secundário e nas universidades”, diz São Graça, lembrando que são elas quem terão, em breve, de conduzir o destino de Cabo Verde. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1214 de 5 de Março de 2025.

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Autoria:Sara Almeida,8 mar 2025 9:40

Editado porEdisângela Tavares  em  9 mar 2025 11:20

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