“Esta greve não é apenas uma questão de reivindicar melhores condições para a nossa classe, mas também, estendida a todos os tripulantes, uma questão de garantir a segurança e a qualidade dos serviços prestados aos passageiros, pelo que se justifica pelos seguintes motivos: perspectiva incerta de organização, protecção e desenvolvimento na carreira, inexistência do programa de segurança, protecção da saúde e de higiene no trabalho, cancelamento das consultas médicas e redução do prémio de seguro, redução unilateral dos subsídios, deficiência nos procedimentos de segurança no serviço de restauração prestado aos tripulantes, ou seja, catering deficitário (…)”, justificou.
O líder sindical afirma que além da falta de respostas, a forma de actuação da administração da companhia de bandeira também causa algum desconforto aos pilotos.
“Não temos tido a resposta do conselho da administração, na verdade, existe uma intransigência da sua parte neste aspecto. Temos tentado ao longo de dois anos uma negociação para encontrarmos uma saída que seja benéfica, tanto para a classe dos pilotos, como para a empresa. Na verdade, os pilotos sempre têm ajudado a empresa. Existe uma táctica do conselho da administração que ficamos numa posição de certo desconforto, porque nem por e-mail, nem através do departamento jurídico tem respondido às nossas reivindicações, formalmente tem se recusado a nos responder”, afirmou.
Com a greve, os pilotos esperam conseguir não só melhores condições de trabalho mais também um melhor serviço para os passageiros.
“Almeja se alcançar os seguintes objectivos: melhores condições de trabalho e protecção dos direitos adquiridos, estendido a todos os tripulantes, garantir o desenvolvimento na carreira e cumprimento dos benefícios adequados às responsabilidades e riscos que a função acarreta, conforme estipula a lei, segurança, protecção e garantias de estabilidade no emprego, garantir que as negociações coletivas sejam conduzidas de forma justa e transparente, com respeito às leis e aos direitos dos pilotos e garantir a qualidade dos serviços prestados pelos tripulantes aos passageiros”, concluiu.
A greve dos pilotos da TACV não vai afectar os voos internos da companhia, que estão a ser operados por Air Senegal e Global Aviation, mas Edmilson Aguiar avisa que na operação internacional a adesão deverá ser de 100%.
Os pilotos mantêm abertura para negociar com a administração liderada por Sara Pires.