127 candidaturas, das quais 23 são de pilotos nacionais e ainda 7 mulheres. São estes os números do concurso que a TACV realizou para a contratação de pilotos de ATR que, posteriormente, serão colocados ao serviço das Linhas Aéreas de Cabo Verde.
“O concurso está a correr muito melhor do que aquilo que estávamos à espera. Sinceramente, não estávamos à espera de ter 127 candidaturas e muito menos de várias partes do mundo, de vários países, e isso foi uma surpresa para nós. Outra surpresa também tem sido a participação de mulheres. Como sabem, esse negócio é um negócio que é dominado por homens, e o facto de ter havido sete candidaturas de mulheres também é um marco interessante”, aponta Pedro Barros, PCA da TACV, ao Expresso das Ilhas.
O concurso atraiu pilotos de vários países como EUA, Brasil, Portugal, Espanha, Nigéria ou Egipto, para além de outras nacionalidades.
Para Pedro Barros este interesse resulta do facto de a TACV ser “uma companhia conhecida e tem o seu prestígio. É normal que haja esse tipo de interesse. Estamos nesse primeiro momento de candidatura, depois vamos entrar na primeira fase, que é a verificação se as condições estão sendo cumpridas, depois passaremos às fases seguintes que terá entrevista e testes especializados”.
Linhas Aéreas de Cabo Verde
Estes pilotos que estão a ser contratados pela TACV serão, posteriormente, colocados ao serviço das Linhas Aéreas de Cabo Verde, explica Pedro Barros.
A contratação está a ser feita pela TACV “primeiro porque as Linhas Aéreas de Cabo Verde estão a ser operacionalizadas e na obtenção da certificação de operador aéreo. Isto leva sempre algum tempo. Segundo, a TACV tem experiência nessa área, portanto, está a prestar o serviço à nova companhia. Mas a TACV ainda está a fazer uma outra coisa, que é negociar a contratação de dois ATRs em regime de leasing, para a nova companhia. Ou seja, ao mesmo tempo que o governo está a operacionalizar a nova companhia, estamos a trabalhar paralelamente na criação de condições para que os voos se iniciem o mais rápido possível” , explica o PCA da TACV.
A nova companhia aérea não será, no entanto, uma subsidiária da TACV.
“Não, subsidiária seguramente que não é, porque os estatutos dizem que não pode ser subsidiária. Ainda não está muito claro, ou melhor, ainda não está claro qual é a relação que vamos ter, mas isso é um processo que poderíamos ver mais à frente. Os estatutos dizem muito claramente, portanto, é uma empresa completamente autónoma e haverá sempre um outro ponto de colaboração e cooperação, mas subsidiária não”, explica Pedro Barros.
A Linhas Aéreas de Cabo Verde está agora dependente da certificação por parte da Agência de Aviação Civil.
“O que às vezes demora algum tempo é a certificação de operário aéreo, junto da Agência de Aeronáutica Civil. Isso é que demora um tempo, porque é preciso os manuais, é preciso toda a documentação que é necessária. Mas estamos convencidos de que brevemente estará em funcionamento”, explica Pedro Barros.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1191 de 25 de Setembro de 2024.