Bruma seca afeta saúde de mais de 88% dos agregados familiares impactados

PorSheilla Ribeiro,14 abr 2025 15:21

Dos 26.963 agregados familiares afetados pela bruma seca e’ Cabo Verde, 88,3% relataram impactos na saúde dos seus membros, segundo o Inquérito Multi-Objectivo Contínuo 2024 do INE.

Ainda segundo os dados do INE, 16,8% dos agregados sofreram interrupções nos dias de trabalho, 10,8% no acesso à escola e 2,6% registaram perdas em bens e equipamentos agrícolas, pecuários ou de pesca devido à bruma seca.

Nos 12 meses anteriores à realização do inquérito, mais de 26 mil agregados familiares (17,1%) foram afectados pela bruma seca, principalmente nas zonas urbanas (80%). A maioria destes agregados era chefiada por mulheres (56%).

Em média, duas pessoas por agregado adoeceram devido à bruma seca, sendo que, nas zonas rurais, esse número sobe para três.

O concelho de Ribeira Grande de Santiago tem a média mais elevada, três doentes por agregado num ano e o Maio apresentou o valor mais baixo, com apenas uma pessoa doente por agregado.

Além da saúde, a bruma seca também comprometeu a economia das famílias. Em média, cada agregado perdeu oito dias de trabalho por ano.

Os mais afectados foram os do concelho de São Filipe, com 93 dias/ano. Em contrapartida, em São Lourenço dos Órgãos, os agregados afectados não registaram perdas de dias de trabalho.

No que diz respeito à educação, as famílias afetadas perderam, em média, dois dias de escola por ano. Em Ribeira Brava, esse número foi mais elevado, tendo sido seis dias. Por outro lado, concelhos como Maio, São Filipe e Ribeira Grande de Santiago não reportaram perdas escolares nos agregados afetados.

A intensidade do fenómeno forçou ainda muitos a deslocarem-se tendosido, em média, dois membros por agregado obrigados a mudar-se temporária ou permanentemente de residência devido à bruma seca, pricnipalmente em Santa Catarina do Fogo, onde essa média subiu para cinco pessoas por ano.

Quanto aos danos materiais, o valor médio dos prejuízos estimados causados pela bruma seca foi de 40.620 escudos por agregado.

Os residentes urbanos reportaram perdas superiores (51.324$00/ano), em comparação com os rurais (22.941$00/ano). A Brava é o concelho mais afetado financeiramente, com danos médios de 300.000$00 por agregado.

Cinco concelhos não registaram qualquer prejuízo material: Paul, São Vicente, Sal, Maio e São Filipe.

Em relação às estratégias de resposta, 67,4% dos agregados não tomaram qualquer medida para lidar com os efeitos da bruma seca. Ainda assim, 22,1% procuraram cuidados de saúde ou usaram máscaras, remédios ou chás.

Outros optaram por gastar as poupanças (6,2%) ou reforçar a estrutura das habitações (1,6%).

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Autoria:Sheilla Ribeiro,14 abr 2025 15:21

Editado porSheilla Ribeiro  em  15 abr 2025 8:21

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