De acordo com os dados, os agregados representados por mulheres foram os mais afectados: 46,6% enfrentaram falta de água, face a 41,0% dos liderados por homens.
Por concelhos, essas percentagens foram maiores no Maio (75,0%), São Lourenço dos Órgãos (65,8%) e Santa Cruz (65,6%). Em contrapartida, os concelhos de Tarrafal de São Nicolau (10,9%), São Filipe (11,8%) e Ribeira Brava (15,8%) apresentaram as menores proporções de famílias afectadas.
Segundo o INE, a maioria dos agregados (81,4%) possui tanque, reservatório ou bidão para armazenar água, enquanto apenas 10,0% têm cisternas para captar água da chuva.
Esta última forma de armazenamento é mais comum nas zonas rurais (27,4%) do que nas urbanas (5,0%).
No que toca ao pagamento da água da rede pública, 89% das famílias com ligação à rede afirmaram que a cobrança é feita por leitura do contador. No entanto, 5% disseram não pagar pelo consumo.
A factura média mensal a nível nacional foi de 1.563 escudos, sendo mais elevada nas zonas urbanas (1.610$00) do que nas rurais (1.367$00). A cidade da Praia lidera como o concelho com maior custo médio mensal (2.159$00), enquanto o Paul registou o menor valor (654$00).
Conforme a mesma fonte, os agregados com representantes do sexo masculino pagaram, em média, mais pela factura (1.682$00) do que os agregados chefiados por mulheres (1.462$00).
Relativamente à frequência de fornecimento de água na rede pública, apenas 28% dos agregados disseram ter recebido água diariamente no último mês.
Outros 27% relataram fornecimento 2 a 3 vezes por semana, 21% entre 2 a 4 vezes por mês e 9% apenas uma vez por mês ou menos. Curiosamente, o fornecimento diário foi mais comum no meio rural (31%) do que no urbano (27%), sendo também ligeiramente mais frequente nos agregados chefiados por mulheres (29%) do que por homens (27%).
Quando a principal fonte de abastecimento foi o autotanque, a média de consumo foi de 2.440 litros por mês, com um gasto médio de 2.364 escudos. O consumo e o custo foram mais elevados no meio rural e nos agregados representados por homens.
Em alguns municípios, como Paul, Mosteiros, São Filipe e Brava, não foi registado qualquer consumo de água por autotanque.
Por fim, 72% dos agregados que consomem principalmente água engarrafada ou filtrada por empresas afirmaram fazê-lo por considerarem-na mais saudável. Outros 26% justificaram a escolha por não gostarem das características da água da rede pública.
O gasto médio semanal com este tipo de água foi de 671 escudos, sendo mais elevado nas zonas rurais (732$00) e nos agregados representados por homens (732$00), face aos 653 escudos gastos pelas famílias chefiadas por mulheres.