Jovens em formação na área do jornalismo, contactados pela Inforpress, destacaram diferentes perspectivas sobre o uso da inteligência artificial na comunicação social, reconhecendo tanto o seu potencial transformador como os riscos éticos e sociais que acarreta.
Segundo Luís Pires, a IA vai transformar profundamente o jornalismo, ao mesmo tempo que reconhece os desafios que essa mudança pode trazer.
“A minha expectativa é que a IA transforme, profundamente, a área da comunicação social, trazendo desafios e também oportunidades”, afirmou.
Para o estudante, a tecnologia pode contribuir de forma positiva para a automatização de tarefas repetitivas, na análise de dados e na personalização de conteúdos, promovendo um jornalismo “mais ágil e eficiente”.
No entanto, Pires alerta para a importância de se manter um olhar crítico sobre questões éticas e os riscos da propagação de desinformação.
“Como futuro jornalista, penso que o papel humano continuará sendo essencial para garantir a credibilidade, a sensibilidade e a responsabilidade na produção de conteúdos”, frisou.
Djennifer Cardoso, outra estudante universitária, vê a IA como um elemento transformador, destacando a sua capacidade para melhorar a produção e distribuição de conteúdos.
“Acredito que a IA poderá trazer transformações, tanto na produção como na distribuição de conteúdos”, disse.
Cardoso destacou o potencial da tecnologia para facilitar o trabalho dos profissionais da comunicação, permitindo uma análise mais rápida e aprofundada de dados.
Entretanto, apontou preocupações relacionadas com a desinformação, a substituição de postos de trabalho e a necessidade de garantir a transparência da informação.
Para a estudante, a inteligência artificial é uma “ferramenta poderosa”, que deve ser usada com responsabilidade e “supervisão humana constante”, defendendo que o seu uso “precisa ser regulado e controlado”.
Por sua vez, Cleidiane Tavares considera essencial que a integração da IA no jornalismo seja feita de forma equilibrada.
Para a estudante, a tecnologia, quando bem aplicada, pode melhorar significativamente a eficiência do trabalho jornalístico.
Assim como outros universitários, reconhece que o fenómeno também pode facilitar a disseminação de informações falsas.
“A minha visão para o futuro é fundamentalmente optimista, onde os profissionais da comunicação aceitam a IA como uma ferramenta de trabalho e não como uma ameaça”, conclui.
A liberdade de imprensa, conquistada e consolidada ao longo de décadas, é hoje celebrada num contexto em que novas tecnologias desafiam as práticas tradicionais do jornalismo.
No entender dos estudantes, o equilíbrio entre a inovação tecnológica e a responsabilidade editorial será fundamental para preservar a qualidade da informação num mundo cada vez mais digitalizado.