“O principal desafio que aqui enfrentamos são os pontos de conexão de água. Temos que ir buscar a água do mar para tratar e produzir água doce para consumo humano, mas a captação é um ponto crítico de tudo. Temos diferentes metodologias, por exemplo, a metodologia da captação em mar aberto que é utilizada em São Vicente, e a metodologia da captação que é feita já em terra, através de furos. Cada um destes métodos traz um desafio diferente, devido à fauna, flora e qualidade da água. Além disso, outro desafio é reduzir o consumo de energia na produção de água, o que significa procurar fontes de energia mais baratas. A transição energética é essencial nesta matéria, porque vai ajudar-nos a alcançar este objetivo”, afirmou.
Quanto aos impactos ambientais, Antão Cruz garante que os estudos realizados mostram que não existem grandes preocupações nesta matéria e que as captações de água em zonas protegidas são evitadas.
“Normalmente, recebemos água do mar e também temos água rejeitada. Assim, resumidamente, acabamos por ter um impacto quase zero, comparado aos benefícios que traz para a necessidade da população. Claro que a água rejeitada tem uma salinidade muito superior à da água ao nível do mar, mas os estudos indicam que não há grandes preocupações nesta matéria. Há sim, precauções que temos que ter quando se trata de zonas protegidas, por exemplo, evitamos certas captações, mas todos os estudos indicam que atualmente não há este tipo de preocupação", assegurou.
Questionado sobre a possibilidade de redução do preço da água, Antão Cruz refere que a empresa trabalha com este objetivo.
“Este é o grande objetivo e o governo está a trabalhar connosco na identificação de como e quando podemos fazer isto. A produção de água é contínua, os dessalinizadores não podem parar. Se pararem, é necessário um processo de limpeza e manutenção de toda a máquina para poder reiniciar, o que implica que tenhamos uma fonte de produção renovável e contínua. A energia solar pode ajudar se acompanhada de baterias, por exemplo, e a energia eólica tem as suas variabilidades. Temos que integrar todas estas unidades para garantir uma produção contínua capaz de abastecer uma planta dessalinizadora. É um grande desafio", frisou.
O Seminário Nacional de Dessalinização, promovido pela Aqua Química,empresa especializada em tratamento de água e tecnologias de dessalinização. tem como objetivo esclarecer temas relevantes sobre o processo de dessalinização, incluindo a captação de água e os desafios relacionados às membranas.