Preocupação expressa por Elisio Silva, esta terça-feira, durante um encontro entre a Delegacia de Saúde e parceiros públicos e privados, além de organizações religiosas, para o reforço do trabalho nas comunidades.
“Temos mosquitos em várias localidades de São Vicente e alguns tipos de mosquitos que antes apareciam em poucas zonas, nomeadamente o mosquito anopheles, que é transmissor do paludismo. Isso já nos preocupa, devido ao aumento de mosquitos, além do aedes aegypti, que transmite outras doenças como dengue e zika. Tem de ser um trabalho de equipa, organizado, junto com os parceiros. Não pode ser apenas a Delegacia de Saúde a fazer este trabalho, fazemos a nossa parte, juntamente com a Câmara Municipal, mas a população tem de participar, fazer a sua parte, eliminando os criadouros de mosquitos dentro de casa”, alerta.
Os dados da Delegacia de Saúde apontam para o aumento do mosquito aedes aegypti, que transmite várias doenças graves, sendo as mais comuns a dengue, a zika e a chikungunya.
De acordo com os estudos entomológicos, foi detectado um aumento dos mosquitos anopheles, agente transmissor do paludismo.
“Quase todos os mosquitos que temos já existiam na ilha, mas não em quantidade tão elevada como agora, nomeadamente o anopheles. Com este aumento de mosquitos, há maior probabilidade de pessoas serem infectadas. Se houver um engajamento da população na eliminação dos criadouros em casa e nas comunidades, se houver um trabalho de saneamento ao nível da autarquia, a situação pode ser controlada”, explica.
A vigilância epidemiológica prossegue no terreno, com a realização de uma média de 100 despistagens por localidade. Durante o fim de semana foram realizados testes de despiste do paludismo na Praça Estrela e em Dji d’Sal, sem casos positivos.
“Se tratamos os criadouros, temos também de despistar a população para verificar se está infectada. Temos ido às comunidades, principalmente nas zonas com maior acumulação. Já fizemos na Praça Estrela, na zona de Dji d’Sal, hoje estamos no Calhau e vamos para Salamansa. Temos equipas multidisciplinares a fazer o despiste da população, principalmente de dengue e paludismo”, aponta.
Neste momento estão a ser analisados, pelo Instituto Nacional de Saúde Pública, os dados do levantamento entomológico realizado na semana de 25 a 30 de agosto.