A ECOCV descreve que nas últimas duas semanas nas ilhas de Sotavento, sobretudo em Santiago, houve uma inundação significativa de sargaço.
Entretanto, em algumas zonas, como Calheta São Miguel e Praia Baixo, a remoção já começou.
No seu comunicado, a Associação sublinha que, embora o sargaço não seja perigoso nem tóxico para os humanos no mar, a sua decomposição em terra pode gerar gases e acumular bactérias e metais pesados.
“Na praia, o sargaço em decomposição pode ter impactos negativos na saúde humana devido aos elevados níveis de gases tóxicos”, refere a ECOCV.
A organização lembra que o fenómeno está associado ao Grande Cinturão de Sargaços do Atlântico, cuja origem ainda não é totalmente conhecida, mas que tem sido relacionado por cientistas a alterações climáticas, padrões de ventos e correntes, e condições favoráveis de temperatura e acidez da água.
Face ao actual cenário, a associação recomenda que a remoção comece quando as camadas ultrapassam os 25 a 30 centímetros, devendo ser feita entre 24 e 72 horas após a identificação das acumulações, sobretudo perto de povoações.
Para camadas mais finas, a remoção manual é considerada a opção mais segura, enquanto a remoção mecânica poderá ser usada em situações de maior volume ou decomposição avançada.
A ECOCV reforça ainda que as zonas de deposição das algas secas devem estar longe de fontes de água potável ou áreas agrícolas, devido ao risco de infiltração de metais pesados.
“É essencial comunicar às comunidades afectadas as medidas de protecção e segurança”, sublinha a Associação, que também propõe a instalação de sensores de sulfureto de hidrogénio e metano nas áreas mais críticas.
Há cinco dias, o MAA já tinha alertado para o excesso de sargaço nas zonas costeiras de Santiago e Maio, entre elas Moia Moia, Praia Baixo, Baía, Porto Lobo, Achada Baleia, Calheta São Miguel e Barreiro do Maio.
O Ministério avisava para os riscos da decomposição, responsável pela libertação de gases com odor forte, capazes de provocar irritações, náuseas, dores de cabeça e dificuldades respiratórias.
O MAA apelou à população, pescadores e banhistas para evitarem o contacto directo com grandes manchas de algas, utilizarem proteção adequada e manterem distância de áreas com decomposição avançada.
As crianças, idosos, grávidas e pessoas com problemas respiratórios foram identificados como grupos de maior risco.
O Ministério informou ainda que, em coordenação com as câmaras municipais e organizações locais, já estavam em curso ações de remoção das macroalgas acumuladas nas praias afectadas.
homepage









