«Cabo Verde só tem importância estratégica se estiver competitivamente inserido na CEDEAO» - José Maria Neves

PorRádio Morabeza,18 dez 2017 15:34

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José Maria Neves
José Maria Neves

A presidência da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental seria muito importante para Cabo Verde, do ponto de vista político-diplomático e na própria inserção competitiva do país na região oeste-africana, disse ontem José Maria Neves.

A posição do antigo primeiro-ministro foi expressa na sua página pessoal na rede social Facebook, depois de o arquipélago ter perdido a presidência da Comissão da CEDEAO para a Costa do Marfim, durante a 52ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que decorreu este fim-de-semana em Abuja, Nigéria.

“Infelizmente, Cabo Verde não conseguiu a Presidência da CEDEAO. É uma pena. Seria muito importante para o país, do ponto de vista político-diplomático e do ponto de vista da nossa inserção competitiva na região oeste-africana”, lê-se na publicação.

José Maria Neves lamenta a situação, mas lembra que a regra de rotatividade por ordem alfabética existe, “mas já tinha havido precedentes de não cumprimento rigoroso desse entendimento”.

“Quando Benin devia indicar o Presidente da Comissão, jogos de bastidores levaram à escolha de Burkina Faso”, diz.

“Não somos nem mais nem menos democratas que os outros. A democracia não se compadece com preconceitos, falsos moralismos e espírito de superioridade”, enfatiza.

José Maria Neves entende que a defesa intransigente das posições do país no que diz respeito ao reforço da democracia, de desenvolvimento institucional e de igualdade de oportunidades no quadro da CEDEAO deve fazer-se sem presunção, “mas com firmeza e humildade, com propostas positivas”.

Para Neves, Cabo Verde só tem importância estratégica se estiver competitivamente inserido na CEDEAO.

“Mas temos de fazer o nosso trabalho de casa e fazê-lo bem. Temos referências nessas matérias, não estamos a partir do zero”, acrescenta.

Cabo Verde manifestou a intenção de assumir a presidência rotativa da Comissão da CEDEAO, mas, apesar de estatutariamente ser a sua vez, o facto de o país ter dívidas à organização terá pesado na decisão. O antigo chefe do Governo diz estranhar o facto de a questão da dívida ter sido debatida, publicamente, no arquipélago.

“Estranhei que a questão das dívidas fosse trazida para o debate público em Cabo Verde. Todos devem e muitos devem muitíssimo mais. E esse facto nunca os impediu de assumir a Presidência”, afirma.

“Por outro lado, não entendi o lançamento de várias candidaturas internas, ainda antes da confirmação de que Cabo Verde teria chances de ganhar”, comenta.

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Autoria:Rádio Morabeza,18 dez 2017 15:34

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  19 dez 2017 2:11

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