As declarações de Luís Filipe Tavares foram inicialmente feitas na semana passada, em Luanda, no âmbito de uma visita de três dias a Angola
“Há um pedido feito por parte das autoridades angolanas, Cabo Verde forma professores do ensino secundário há muitos anos, temos gente muito bem preparada para ajudar”, disse na altura aos jornalistas daquele país.
De regresso a Cabo Verde, em entrevista ao Expresso das Ilhas, Luís Filipe Tavares reafirmou: “o interesse foi manifestado pelo governo angolano. Cabo Verde já enviou no passado vários professores, e nós temos nas universidades cabo-verdianas professores angolanos. Haverá mecanismos para podermos fazer isso tranquilamente”, avaliou.
A informação não caiu no agrado dos angolanos, tendo o sindicato angolano de professores classificado de “absurda” a possibilidade de recurso a professores estrangeiros, tendo em conta que, alegadamente, o governo angolano tem suspensa a contratação de professores e a promoção dos que já integram o sistema de ensino por falta de recursos financeiros.
Ontem, também ouvida pelos jornalistas, em Luanda, a ministra da Educação de Angola, Cândida Teixeira garantiu que desconhece o alegado pedido e que não há nenhum acordo firmado entre os dois países para que professores cabo-verdianos possam leccionar em Angola.
“Quem falou? Não existe nenhuma contratação, não há acordos firmados, não há protocolos, não há nada, não existe absolutamente nada. Não é verdade essa questão de contratação de professores cabo-verdianos. Enquanto titular e ministra da Educação, o que eu confirmo e afirmo é que não existe qualquer contratação, não existe qualquer acordo, não existem orientações superiores para que haja contratação de professores de Cabo verde”.
Certo é que, no final de Janeiro, em Adis Abeba, à margem da cimeira da União Africana, Manuel Augusto, chefe da diplomacia angolana, colocou mesmo o assunto em cima da mesa. Como recorda o Novo Jornal, o ministro angolano afirmou que Cabo Verde tem um excedente de professores que poderão ser uma mais-valia em Angola, em especial no ensino da língua portuguesa.