Luís Filipe Tavares discursava hoje na abertura das conversações entre as delegações dos dois países, realizadas após audiência com o Presidente angolano, João Lourenço.
O dirigente cabo-verdiano referiu que o seu governo quer trabalhar com Angola "numa base de confiança" e que haja total mobilidade e promoção do investimento empresarial entre os dois países.
"A excelência das nossas relações começa e termina nas excelentes relações interpessoais entre nós, nossos governantes, os nossos dois Presidentes da República respectiva dos dois países, nas nossas relações pessoais, mas também na amizade muito grande entre o povo angolano e o povo cabo-verdiano", disse.
O chefe da diplomacia cabo-verdiana realçou o apoio de Angola a Cabo Verde, que agradeceu.
"Se Cabo Verde é o país que é hoje, deve-o muito a Angola, desde logo o nosso esforço para libertar-nos da colonização portuguesa", acrescentando que também com o povo e as autoridades angolanas "sempre estiveram ao lado do povo de Cabo Verde".
Luís Filipe Tavares sublinhou que a cooperação entre os dois países pode ir ainda mais longe, com a proposta de Angola para a realização de consultas bilaterais anuais ao mais alto nível, não apenas sobre questões ligadas à cooperação bilateral, mas também sobre a reforma da União Africana.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, disse que a visita marca uma nova era nas relações bilaterais.
Segundo Manuel Augusto, os dois países têm cerca de 40 instrumentos jurídicos assinados, de natureza abrangente ou específica, entre acordos, protocolos, convenções e memorandos, "que necessitam de ser revisitados e reanalisados para aferir da sua actualidade e eficácia".
"Abrem-se amplas perspectivas de uma verdadeira parceria entre Angola e Cabo Verde, carregada de um sentido novo. Devemos, portanto, empenharmo-nos no estabelecimento de uma nova parceria empreendedora e construtiva, que esteja à altura das potencialidades existentes nos nossos países e no interesse recíproco dos nossos Governos e povos", salientou.
O chefe da diplomacia angolana defendeu que deve ser retomada e revitalizada, depois de uma longa paralisação, a 8.ª Comissão Bilateral de Cooperação, que considerou um importante mecanismo de cooperação.