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Jorge Carlos Fonseca, que discursava hoje na Universidade de Amsterdão (University of Amsterdam), onde foi convidado a proferir uma aula, diz que o arquipélago não pode permanecer indiferente perante “o preocupante aumento da pirataria marítima, do terrorismo internacional, de actividades ilícitas - em especial as relacionadas com os tráficos de drogas, armas e de seres humanos - , que se registam no corredor do Atlântico Sul.
“Da mesma forma que se sente interpelado pela extrema pobreza na qual vivem ainda milhares de famílias africanas, a crise alimentar, as drásticas mudanças climáticas, o elevado índice de desemprego e as guerras devastadoras que ainda assolam alguns países do Continente Africano, males contra os quais devemos lutar”, realça.
O chefe de Estado destaca que Cabo Verde traçou o percurso de um país de reduzidas dimensões, que, ao longo da sua história, conseguiu edificar uma sociedade aberta e tolerante, uma democracia estável e que, situado numa região caracterizada por acentuada instabilidade politica e militar, com importante actividade terrorista, teima em ser um oásis de paz e de concórdia ao serviço da liberdade na África e no mundo.
Num discurso em que Jorge Carlos Fonseca falou sobre a independência do país, liberdade e Estado de Direito Democrático, as fragilidades do arquipélago não ficaram de fora.
No capítulo económico, Fonseca disse que Cabo Verde tem sido apontado como um país que, apesar dos seus “limitadíssimos” recursos naturais, tem conseguido ganhos que o colocam numa situação considerada muito aceitável. Contudo, realça, tais conquistas ainda não lhe permitiram vencer a grande dependência do exterior, o que acaba condicionando, em larga medida, a sua capacidade de promover um desenvolvimento auto-sustentado.
“No que se refere à prosperidade, não obstante os grandes constrangimentos resultantes de aspectos naturais e populacionais, orgulhamo-nos de afirmar que os nossos avanços têm sido fruto da tenacidade e criatividade das nossas gentes”, afirmou.
Presidente realça "relação exemplar" entre cabo Verde e Holanda
O Presidente da República não esqueceu o papel que a emigração tem no processo de desenvolvimento do país, aliás, “uma das formas que Cabo Verde encontrou para responder à escassez de recursos foi através de uma corrente emigratória que se revelou muito importante em termos económicos, culturais e políticos”.
Aqui, Fonseca aproveitou para destacar a relação “exemplar” entre Cabo Verde e Holanda, apesar das diferenças culturais existentes, volvidos mais de 60 anos de relacionamento humano.
O Presidente da República iniciou hoje uma visita de Estado à Holanda, uma oportunidade para os dois países “estreitarem e aprofundarem a sua cooperação, em áreas como a segurança e a economia marítima”.
Acompanha Jorge Carlos Fonseca na visita a primeira-dama Lígia Fonseca e uma delegação ministerial e de representantes do governo de Cabo Verde.
