Governo estuda "expandir" sistema fiscal e "incluir outros impostos"

PorExpresso das Ilhas, Lusa,9 ago 2019 14:50

​O Governo comprometeu-se, junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), com um plano de monitorização da cobrança do IVA e a estudar, até final do ano, o alargamento de impostos em Cabo Verde.

As medidas constam do documento do FMI sobre os compromissos assumidos pelo Governo, no âmbito do Instrumento de Coordenação de Políticas, acordado em Julho e que durante 18 meses vai fornecer ajuda para a continuação das reformas estruturais no país.

Em concreto, o compromisso do Governo liderado por Ulisses Correia e Silva com o Fundo, documento consultado hoje pela Lusa, prevê a introdução da factura electrónica até Junho de 2020 e a apresentação, até Dezembro deste ano, de uma agenda de reforma da política fiscal e de um plano de acção para combater a fuga aos impostos.

Durante o segundo semestre de 2019 está igualmente previsto um plano para monitorizar a cobrança do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e a intenção de “expandir” o sistema fiscal, para “incluir outros impostos além do IVA e da retenção de renda na fonte”.

Valor arrecadado pela TSA em 2019 representará 1% do PIB

A Taxa de Segurança Aeroportuária (TSA), introduzida pelo Governo em Janeiro, para compensar a perda de receitas com a isenção de vistos, deverá render este ano quase 1.978 milhões de de escudos, equivalente a 1% do PIB nacional.

O mesmo documento, em que o FMI cita os compromissos do Governo no âmbito deste programa de apoio, refere que a arrecadação de receita fiscal cabo-verdiana deverá crescer 20,5% em 2019, face a 2018, para 62,7 mil milhões de escudos (566 milhões de euros), equivalente a 31,7% do Produto Interno do país (contra um peso de 28,1% no ano anterior).

Este aumento, explica o Governo no relatório do FMI, “reflecte o impacto da expectativa de forte crescimento económico continuado” - a rondar os 6% em 2019 -, e as perspectivas com a arrecadação de IVA.

É também explicado face aos “esforços para arrecadar impostos” com “ganhos de eficiência administrativa” e através do “reforço de inspecção, aumento de recursos tecnológicos, humanos e materiais, ou a criação de um sistema de alerta para os contribuintes”.

É justificado ainda com as mexidas nas novas taxas portuárias, aeroportuárias, do fundo de inovação e com o aumento no imposto de renda aplicada bancos ‘offshore’, que passará de 2,5% para 10%, bem como através da venda de activos não financeiros.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,9 ago 2019 14:50

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  9 ago 2019 18:00

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