O anúncio da distinção foi feito pelo próprio chefe de Estado português, de surpresa, durante um jantar de gala para assinalar os 50 anos da associação, que decorreu na Casa do Alentejo em Lisboa.
"Atendendo aos serviços únicos prestados por esta associação, não apenas a Cabo Verde e aos cabo-verdianos, mas a Portugal e aos portugueses, o Presidente da República, no exercício dos seus poderes constitucionais e legais decidiu agraciá-la com o título de membro honorário da Ordem do Mérito", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Na mesma cerimónia foi entregue a já anteriormente anunciada Medalha de Mérito de Cabo Verde pelo chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.
A atribuição da condecoração surpreendeu o presidente da Associação Cabo-verdeana de Lisboa (ACV), José Luís Hopffer Almada, que agradeceu o que classificou como o "reconhecimento da história" da instituição.
"O diploma da medalha de Mérito de Cabo Verde já tinha sido publicado, mas esta aqui é surpresa absoluta. A grande surpresa da noite. Duas enormes prendas", disse.
Lembrando que a ACV viveu em 50 anos "século e séculos de vida, regimes políticos, económicos e sociais diferentes, soube recriar-se e reinventar-se", Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que "não poderia deixar de agraciar" aquela organização emblemática da cultura cabo-verdiana em Portugal.
O chefe de Estado português endereçou ainda um "abraço de agradecimento em nome de Portugal a todos os cabo-verdianos e a Cabo Verde".
"Portugal não seria o mesmo sem o vosso contributo e a vossa presença", disse.
Por seu lado, o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, que foi dirigente de um dos grupos fundadores da Associação Cabo-verdeana de Lisboa, sublinhou o "trabalho notável de afirmação de Cabo Verde em Portugal e de construção de pontes efectivas entre cabo-verdianos e portugueses" feito pela instituição.
No jantar marcaram ainda presença, em representação do Governo português, a ministra de Estado e da Presidência Mariana Vieira da Silva, e do Governo de Cabo Verde, o ministro nos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Luis Filipe Tavares, bem como o secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Teles.