O ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro e ministro da Integração Regional fez estas declarações aos jornalistas à saída de um encontro com a direcção da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS), que aconteceu com o intuito de analisar as estratégias para uma melhor integração dos empresários nacionais no mercado da CEDEAO.
Nas suas declarações, Rui Figueiredo Soares afirmou que a criação do ministério de Integração Regional é “um sinal claro de vontade” do governo de se efectivar esta integração regional.
Entretanto, entende o governante que é preciso mostrar à CEDEAO quais as vantagens para os países da região em ter Cabo Verde como um país integrante da mesma e, por outro lado, também mostrar aos cabo-verdianos as vantagens que o país tem em estar integrado neste “mercado enorme”.
Voltando aos transportes, o ministro afirmou, em primeiro lugar, que ao nível dos transportes aéreos “as coisas melhoraram muito” e “estão agora praticamente estabilizadas”, apesar do “preço ainda não ser o mais convidativo”.
Já ao nível dos transportes marítimos, acredita Rui Figueiredo Soares que o país tem “um grande desafio” porque “os transportes marítimos constituem a condição” para que se façam negócios com os países vizinhos da CEDEAO.
Por isso, garantiu que o governo vai analisar os projectos e os estudos existentes na matéria e agir junto de todos os Estados-membros. Isto, prosseguiu, para ver se o sector privado, com a comparticipação do sector público, consegue dar maior atenção para a questão das ligações marítimas que, segundo disse, são importantes para o estabelecimento das relações comerciais.
Por seu turno, o presidente do CCISS, Jorge Spencer Lima, defendeu que a integração de Cabo Verde na CEDEAO tem que evoluir, passando de uma integração política, “que existe, que é boa”, para uma integração económica.
“Não se torna membro de uma comunidade económica, só para fazer política. Ser membro económico significa que o aspecto económico, o aspecto da economia dos países tem de estar na linha. E Cabo Verde, até hoje, nesse lado é nulo”, prosseguiu.
Portanto, defendeu Jorge Spencer Lima, deve haver um esforço colaborativo, para que a integração de Cabo Verde no espaço económico do CEDEAO seja uma realidade.
“Mas essa integração não é só um problema do governo, não é só trabalho do governo. O governo tem a sua parte para fazer, mas sozinho não consegue fazer a integração que passa pela circulação de pessoas e bens”, explanou.
Em relação à circulação de pessoas, entende o presidente da CCISS que “funciona bem” e sem razões de queixas. Mas, no tocante a bens, pelo contrário , a circulação “é nula”, apontou.