​Candidato independente quer uma Santa Catarina com uma “liderança forte” e um novo modelo de gestão

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,25 jul 2020 7:52

João Félix Cardoso
João Félix Cardoso

O candidato independente à Câmara Municipal de Santa Catarina, João Félix Cardoso, disse hoje à Inforpress que o município precisa de uma “nova liderança, forte e com um novo modelo de gestão”, para responder aos anseios dos munícipes.

A câmara, afirmou, precisa de um presidente capaz de traçar “novas políticas públicas assertivas”, em ordem a “potenciar e transformar” Santa Catarina e recentralizar o papel que sempre teve no contexto de Santiago Norte.

Em entrevista à Inforpress, o homem que se desvinculou do Ministério Público, para se dedicar ao município que o viu nascer, revelou que a sua candidatura está a responder a um “apelo forte” da sociedade civil santacatarinense, que já conta, até ao momento, com 3527 assinaturas.

“As pessoas assinaram e convidaram-me para ser candidato à Câmara Municipal de Santa Catarina”, precisou Félix Cardoso, realçando que a sua candidatura é “plural e congrega várias sensibilidades e todas as forças da sociedade civil, jovens, quadros, intelectuais e a diáspora”.

Segundo ele, a sua candidatura vai “redefinir” as funções do centro da cidade da Assomada, assim como vai dar uma “nova dinâmica e configuração” dos bairros da cintura urbana, como Nhagar, Bolanha, Achada Riba, Achada Galego, Cumbém Covão Ribeiro, Achada Gomes e Pedra Barro”.

“Todos os bairros precisam de ter uma nova energia e configuração para poderem desenvolver-se de uma forma harmoniosa”, lançou o candidato independente.

Defende uma candidatura “vencedora” para um município que precisa de assumir compromissos, assim como agendas e auditorias de uma “forma descomplexada”.

“É uma candidatura em que todos terão vez e voz, porque precisamos de dar voz a todas as aldeias e povoados [do município] ”, prometeu João Félix Cardoso, que pretende ser um presidente que dialoga com as pessoas, escuta os seus anseios e necessidades e consegue arranjar projectos e soluções para os mesmos.

“Neste momento, deparamos com uma câmara de costas voltadas para a população e, portanto, uma liderança fraca que não irá servir para dar nenhum impulso positivo, enérgico e urgente que precisamos”, realçou, acrescentando que a economia local necessita também de ser dinamizada na óptica de uma outra perspectiva para as empresas.

Para a fonte da Inforpress, Santa Catarina precisa “relançar o seu turismo”, o que requer o equacionamento de estratégias e modelos novos e actuais que irão “transformar e potencializar” o desenvolvimento do município.

“A cidade da Assomada e o município, em si, precisam de mais capacidade de gestão, mais visão e mais ambição”, assegurou o candidato que, por razões profissionais, vive actualmente na ilha do Sal, mas prevê, na próxima semana, estar na sua terra natal para começar a trabalhar juntamente com a sua equipa de candidatura.

É defensor de uma Santa Catarina que tem que se preparar e organizar-se para uma dinâmica para equilibrar Santiago Norte.

“A cidade da Assomada tem de ser uma alternativa à Cidade da Praia. As pessoas devem sentir-se confortáveis quando estão em Assomada para não sentirem a necessidade de irem procurar algo na capital”, advogou Félix Cardoso, mas, para tal, é preciso que sejam criadas as condições.

Instado sobre as razões que o levam a candidatar-se à edilidade de Santa Catarina, afiançou que “os partidos estão esgotados e, nos últimos 20 anos, não conseguiram libertar-se do jogo político partidário”.

“Neste momento, precisamos de uma candidatura independente e que se identifica com os interesses do município”, comentou, adiantando que o “interesse supremo” deve deixar de ser dos partidos para ser do município.

Apela aos quadros oriundos de Santa Catarina, aos emigrantes, agricultores, aos homens do mar e jovens, em geral, a aderirem à candidatura da cidadania, porque, admitiu, chegou o momento de todos se unirem à volta do município, enquanto “valor superior”.

Perguntado sobre quem vai ser o candidato a presidente da Assembleia Municipal, não avançou porque entende que ainda é cedo para divulgar os nomes e as listas.

Prometeu, entretanto, dentro de 15 a 20 dias, começar a divulgar e socializar o programa de governação da sua equipa.

Até recentemente, João Félix era magistrado do Ministério Público, na ilha da Sal, mas pediu a sua desvinculação destas funções para estar “disponível e sem condicionamento” para servir da melhor forma o seu município.

Confidenciou à Inforpress que tentou uma licença de longa duração por causa, também, de compromissos académicos, mas o pedido, “por interesse do serviço”, foi indeferido.

Quanto aos recursos para a campanha, informou que conta com o apoio de empresários, amigos de Santa Catarina que já manifestaram a disponibilidade para apoiar a sua candidatura.

João Félix Cardoso é um conhecedor da Câmara Municipal de Santa Catarina, pois durante oito anos foi assessor jurídico, ao tempo em que Francisco Tavares era presidente.

Com 15 anos de magistratura do Ministério Público, divididos entre as comarcas da Brava, Tarrafal de Santiago e Sal, João Félix Cardoso é licenciado em Direito e pós-graduado em Direito do Trabalho, pela Universidade de Coimbra (Portugal).

Neste momento, é doutorando em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Coimbra e consultor internacional junto do Grupo Intergovermental de Acção contra o Branqueamento de Dinheiro em África Ocidental (GIABA).

Até ao momento, a Câmara de Santa Catarina conta com mais três candidatos às eleições autárquicas de Outubro, a saber: José [Beto] Alves concorre pelo Movimento para a Democracia (MpD-poder) à sua própria sucessão, Armindo Freitas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) e Neida Rompão pela União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID-oposição).

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,25 jul 2020 7:52

Editado porFretson Rocha  em  8 mai 2021 23:21

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