O anúncio foi feito hoje no parlamento, pelo ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro durante a interpelação do PAICV ao governo sobre a política energética.
“O sector energético vai ter um novo figurino com a separação vertical e a criação da figura do operador nacional do sistema e comprador universal de energia produzida por produtores independentes. Esta nova entidade, operação do sistema eléctrico vai garantir uma operação transparente no despacho dos produtores bem como dos sistema de controle e de gestão dos fluxos financeiros dentro da cadeia de valor”, anunciou.
A introdução de veículos eléctricos vai também modificar a estrutura do mercado energético no país. Neste sentido, o governante disse que a política do governo é garantir uma substituição gradual de veículos equipados com motores térmicos por veículos eléctricos.
No seu entender, a mobilidade eléctrica no sistema com elevada penetração de energia renovável, tem grande potencial para o país reduzir a sua dependência de combustíveis fósseis, particularmente no transporte rodoviário que absorve cerca de 30% do consumo interno de combustíveis importados.
“Assim, o programa de incentivos para aquisição de viaturas eléctricas por parte das entidades publicas e privadas, incluindo Táxi e transporte colectivo de passageiros, será implementado, bem como também investimentos nas infraestruturas de recarga em todas as ilhas do país”, afirmou.
Segundo o ministro, os instrumentos de governança no sector serão reforçados brevemente com a entrada em funcionamento do sistema de informação energética que irá melhorar a capacidade de planeamento, seguimento e de avaliação.
No domínio dos recursos humanos, garantiu que um importante pacote de formação e certificação de técnicos nacionais em matéria de instalação, inspecção e manutenção de equipamentos de produção de energias renováveis está a ser implementado.
Para acelerar a transição energética, prosseguiu, o país precisa mobilizar no horizonte 2019/2030 cerca de 50 milhões de contos. Mais de dois terços deste montante deverá ser assegurado via participação privada com projectos a serem implementados por produtores independentes selecionados através do concurso.
“A política energética do governo de Cabo Verde está alinhada com a agenda de desenvolvimento sustentável do país e está direccionada para a promoção das energias renováveis, da eficiência energética e do acesso à energia. Temos uma política adequada e preparada para os desafios actuais e futuros do país”, asseverou.
Neste ponto,disse que os responsáveis políticos nacionais estão comprometidos com o desafio da "descaborização" energética, tal como tem acontecido a escala global, apostando em ter uma boa janela de oportunidades para os investimentos pelas energias renováveis.