“É preciso construir disponibilidade colectiva para o desenvolvimento sustentável” - PM

PorSheilla Ribeiro,27 out 2021 11:05

O Primeiro-ministro defendeu que é preciso construir disponibilidade colectiva para o desenvolvimento sustentável e ter noção clara de que o ciclo de desenvolvimento é muito mais longo e exigente do que os ciclos políticos.

A posição de Ulisses Correia e Silva foi hoje defendida durante a abertura do debate “Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde”, tema escolhido para o debate mensal com o governante.

“É preciso construir disponibilidade colectiva para o desenvolvimento sustentável e ter noção clara de que o ciclo de desenvolvimento é muito mais longo e exigente do que os ciclos políticos, por isso, os olhos devem estar colocados no país e o futuro que quisermos construir”, discursou.

O Chefe do governo referiu que vários países no mundo estão a sofrer os efeitos da crise energética derivada do aumento de preços internacionais de combustíveis e que Cabo Verde, sendo dependente de combustíveis fósseis, sentiu fortemente esses efeitos dos preços de electricidade e dos combustíveis.

Por isso, frisou que o governo tomou medidas para mitigar os efeitos dos aumentos dos preços de electricidade através da redução da taxa do IVA na água e na electricidade de 15 para 8%, do aumento da tarifa social de energia de 30 para 50% e da majoração de 130% dos encargos das empresas com a aquisição de água e electricidade.

“A seca prevalecente no país, apesar das chuvas deste ano, exige ainda um programa de mitigação dos efeitos sobre a agricultura. para apoiar os agricultores, os criadores de animais e as famílias rurais e também a introdução de um programa de estabilização de preços de cereais, trigo e milho, caso se verifique aumentos substanciais de preços internacionais”, afirmou.

Correia e Silva destacou que a retoma da economia do país é extremamente exigente face aos fortes impactos da pandemia sobre as finanças públicas, as empresas e as pessoas.

Neste contexto, sublinhou que é um desígnio nacional impulsionar Cabo Verde como um país seguro do ponto de vista sanitário e de saúde pública, aliviar a dívida pública, aumentar a resiliência e diversificar a economia.

“Temos que vencer os desafios actuais e orientar o país para o futuro, através de transformações estruturais para atingirmos os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. A agenda 20/30 está ciente em transformações estruturais, orientadas para compromissos geracionais ao nível do ambiente, da acção climática e da economia”, apontou.

Conforme o governante, trata-se de uma abordagem de políticas com efeitos a médio e longo prazo, capazes de tornar, traduzir e colocar Cabo Verde no horizonte 20/30 como um país resiliente com destaque para a transição energética que reduz a dependência de combustíveis fósseis, a estratégia de água para a agricultura que diversifica as fontes de irrigação para a agricultura associadas à dessalinização e às energias renováveis.

Entre as medidas para alcançar esse objectivo, o Primeiro-ministro apontou a boa governança climática para mitigar os efeitos do aumento da frequência e da gravidade dos efeitos e riscos hidrometeorológicos como cheias, inundações e secas severas.

É também objectivo ter um país com uma economia mais eficiente, mais diversificada e com maior potencial de crescimento, com destaque para o desenvolvimento do capital humano.

“Estamos a falar de educação, qualificação profissional; produtividade do trabalho, capacidade empreendedora, criadora e inovadora dos jovens, igualdade e equidade do género e atitude desenvolvimentista generalizada, transformação digital para tornar o estado, as empresas e organizações mais eficientes, contribuir para reduzir as assimetrias regionais e criar oportunidades de inovação, desenvolvimento de talentos empresariais e talentos de inovação para os jovens”, declarou.

Ulisses Correia e Silva falou ainda num turismo sustentável, mais desconcentrado, com ofertas mais diversificadas e com alavancagem de sectores como agro-pesqueiro, indústrias criativas e serviços de saúde.

“Desenvolvimento da economia azul de forma sustentável e com contribuição de aumento do potencial do crescimento económico e das exportações, potenciação da estabilidade e da localização do país para impulsionar Cabo Verde como um hub turístico aéreo, marítimo e tecnológico entre o continente africano, Europa, EUA e o Brasil e integrar Cabo Verde em cadeias de valores regionais e globais”, indicou.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,27 out 2021 11:05

Editado porSara Almeida  em  28 out 2021 11:57

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