Falando em conferência de imprensa, Alberto Mello apontou uma série de acções levadas a cabo pela edilidade no último ano, consideradas “ilegais” pelo seu partido, e que, inclusive, denunciadas também por dois vereadores eleitos pelo PAICV.
“Em nenhum momento, o secretário municipal, enquanto notário privativo da Câmara Municipal da Praia, assistiu a reunião ordinária da câmara, pelo que todos os actos decididos nessas reuniões não têm validade”, disse.
A não aprovação da orgânica, que se encontra em funcionamento, a contratação de pessoas sem que o contrato fosse aprovado pela plenária da câmara, a fixação de salários também à revelia são outros sinais de ilegalidade e falta de transparência, segundo o representante do partido da oposição.
Alberto Mello apontou ainda a questão da concessão e exploração de bens e serviços, sem autorização da Câmara e da Assembleia Municipais, contrariando aquilo que define a lei.
A essas acções denunciadas junta ainda aquilo que considera de “um amontoado de falácias muito bem arrumadas com bastas fotos de Francisco Carvalho, exibidas com despudor nas redes sociais da câmara e na imprensa amiga”.
Segundo o coordenador do MpD na Praia, usando o populismo como arma estratégica, Francisco Carvalho tem apresentado os resultados de um ano de mandato com pompa e circunstância, apropriando-se, inclusive, de realizações que não são suas.
“A propaganda, inspirada nas técnicas mais modernas das ‘fake news’, permitiram que o programa de vacinação do Governo fosse, de um dia para o outro, transformado no plano de Francisco Carvalho. As obras da gestão anterior foram transformadas em obras da actual governança municipal, pese embora se ter recusado a incluí-las no orçamento e plano de actividades de 2021”, apontou.
Alberto Mello acusou ainda o edil praiense de ter anunciado o lançamento de obras que estão no orçamento e plano de actividades para 2022, que ainda não foi aprovado.
Alberto Mello fala de um presidente da câmara “sem rumo e sem capacidade de execução”, e elencou uma série de projectos com financiamento garantido, que ficou sem realização devido à “incapacidade” do actual autarca.
“Com uma clamorosa falta de resultados, incompetência e incapacidade para gerir o município, Francisco Carvalho socorre-se de uma tática de gestão para enganar os munícipes, lançando obras da anterior equipa camarária em cada ano de mandato”, disse.
A conferência de imprensa foi convocada para reagir ao tema de debate parlamentar, mensal, com o primeiro-ministro “A transparência como factor de desenvolvimento”, proposto pela PAICV.
Alberto Mello afirma que o PAICV, antes mesmo de atirar pedras para o “telhado do vizinho”, devia preocupar-se com o seu “telhado de vidro”.
“Apelamos ao PAICV que, à imagem de dois dos seus vereadores, se demarque publicamente da reiterada situação de ilegalidade e falta de transparência na Câmara Municipal da Praia, retirando a confiança política a Francisco Carvalho”, disse.