“O processo está encerrado, do ponto de vista de Cabo Verde e da Rússia, relativamente à indicação da embaixadora que estava prevista inicialmente”, disse hoje Ulisses Correia e Silva, questionado pelos jornalistas, na Praia, à margem de uma cerimónia oficial.
O chefe do Governo cabo-verdiano confirmou ainda que a Rússia ainda não apresentou a Cabo Verde um pedido de agrément - pedido que antecede a acreditação de uma missão diplomática estrangeira num país - para a nova indigitação para o cargo de embaixador no arquipélago.
“Ainda não, mas em tempo será apresentado seguramente”, disse Ulisses Correia e Silva.
Natalia Poklonskaïa, 41 anos, tornou-se em 2014 - após a anexação do território da Crimeia, em Março - uma das novas caras da governação de Vladimir Putin na Rússia, ocupando o cargo de procuradora-geral da Crimeia antes de ser eleita deputada em 2016 pelo partido no poder, o Rússia Unida.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, já tinha avançado em Dezembro passado que Cabo Verde e a Rússia ainda estavam a analisar a melhor forma de resolver a polémica à volta do pedido para que Natália Poklonskaïa ocupasse o cargo de embaixadora na capital cabo-verdiana, conforme indigitação feita pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
A imprensa internacional noticiou em 2021 que Natalia Poklonskaïa está sob sanções da Ucrânia, União Europeia, Estados Unidos da América, Canadá e Japão, entre outras acusações pendentes, devido à intervenção no processo de anexação da Crimeia pela Rússia.
Na mesma altura, a imprensa internacional noticiou que além do pedido de agrément para a indigitação de Natalia Poklonskaïa, o Governo russo pretendia que a nova embaixadora circulasse em Cabo Verde com pessoal de segurança armado.
Em Dezembro, o primeiro-ministro confirmou que esse pedido de agrément estava a ser discutido ao mais alto nível entre os governos dos dois países.