“É nossa convicção, que na cultura o Estado não tem e não deve fazer tudo. Devemos sim, garantir estímulos e gerar confiança para as empresas e a sociedade civil, desenvolve programas e atividades condescendentes a melhorar a produção de ofertas culturais, assim como a distribuição e fluição. Não só possível como desejado”, discursou na plenária.
Segundo o governante, a cultura pode de facto dar um contributo critico e ser um acelerador das necessidades de renovação do modelo de desenvolvimento de Cabo Verde como país.
Nesse sentido, referiu que nos últimos seis anos, o governo através de editais públicos e de financiamento à cultura, financiou mais de três centenas de projectos em todo o país, num total de 85 mil contos cabo-verdianos, entreveu projectos artísticos, festivais, incentivos directos a artistas, formações em território nacional e fora de Cabo Verde, entre outros feitos.
“O diferencial foi a transparência, a previsibilidade desses incentivos. Pela primeira vez os grandes eventos nacionais sabiam, de antemão, que tinham financiamento garantido. Centenas de artistas e criadores receberam sim, a fundo perdido, valores entre 40 e 100 mil escudos durante o período mais crítico da COVID-19”, sublinhou.
Ainda no sector da Cultura, após um primeiro mandato coroado com um intenso programa de reabilitação patrimonial, frisou que o governo construiu de raiz o Plano Nacional de Reabilitação de edifícios históricos e religiosos no quadro do PRRA.
“Mais, um novo projecto para o sector da cultura foi desenhado neste mandato e está incluído no programa operacional de turismo financiado pelo Banco Mundial, abrangendo desta feita uma intensa e pragmática lista de intervenções nos Museus de Cabo Verde, com vista a modernização dos projectos museológicos nacionais, para uma oferta de alta qualidade quer para o sector interno, quer para o sector turístico. Este projecto totalizará valores superiores a meio milhão de contos cabo-verdianos” discursou.
Abraão Vicente lembrou que o actual governo liderou o processo de morna à património da humanidade e tem, neste momento, mais quatro ambiciosos projectos a andar simultaneamente: a classificação do Campo de Concentração, a classificação da Tabanca, a inscrição da Simboa como bem em risco e a inscrição dos escritos do Amílcar Cabral no programa Memórias do Mundo da UNESCO.
“O programa Bolsa de Acesso à Cultura é um sucesso a todos os níveis, financia neste momento num total de quase 1 milhão de euros nesses últimos seis anos. Netse momento, de 2017 a 2022 o programa contemplou 388 escolas, associações e ONG, beneficiando 14.220 alunos em todo o território nacional”.
Quanto ao mar, afirmou que as possibilidades são praticamente ilimitadas, desde os transportes marítimos à investigação científica, das pescas, à aquacultura, da reparação e construção naval à regulação e segurança marítima.
“Cabo Verde voltado para o mar é o caminho e o foco certo para o desenvolvimento da nossa nação”, considerou.