À saída do encontro com os parceiros sociais o ministro das Finanças, que presidiu à reunião, anunciou que o governo propôs aos sindicatos e entidades patronais o aumento faseado do salário mínimo da função pública ao longo dos próximos anos.
Questionado sobre quais as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2023, Olavo Correia disse que "a principal linha tem a ver com a manutenção de um quadro orçamental que possa propiciar previsibilidade, estabilidade aos nacionais, aos estrangeiros e aos investidores, porque isso é fundamental para Cabo Verde".
Segundo o ministro isto significa que é preciso continuar "a olhar para a dívida pública, para o défice, para as despesas e para as receitas por forma a que possamos voltar a uma trajectória de sustentabilidade orçamental".
Quanto ao aumento salarial o ministro anunciou que a proposta do governo é de que o aumento do salário mínimo seja feito de forma faseada ao longo dos próximos anos.
No que diz respeito às empresas o ministro reconhece que "foram impactadas de forma diferente pela pandemia e agora pela guerra na Ucrânia e devem analisar caso a caso as condições que estão reunidas para concederem ou não uma actualização salarial".
Olavo Correia abordou também a questão do crescimento económico do país e anunciou que a expectativa do governo é de que o crescimento do PIB, em 2023, seja superior a 5%.
Depois da reunião também as duas centrais sindicais falaram sobre a actualização do salário mínimo.
Para a UNTC-CS, liderada por Joaquina Almeida, o aumento faseado do salário mínimo nacional é uma questão que não se coloca e pediu o seu aumento de 13 mil para 15 mil escudos já no Orçamento do Estado para o próximo ano.
A CCSL, por seu turno, disse aceitar a proposta feita pelo governo afirmando que "um aumento de 13 para 14 mil escudos é melhor do que nada".
Já o Presidente da Câmara do Comércio de Sotavento, Marcos Barbosa Rodrigues disse que "actualmente não há condições para aumentos dos salários no sector privado"