A ministra da Justiça, Joana Rosa, anunciou hoje, na Cidade da Praia, a intenção de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Senegal trabalharem na criação de um eixo de cooperação visando combater a criminalidade na sub-região.
Joana Rosa fez estas declarações à margem do encontro que manteve com a sua homóloga da Guiné-Bissau, Teresa Alexandrina da Silva, com objectivo de partilhar os ganhos e desafios do sector da justiça de ambos os países e abordar questões da criminalidade transnacional na sub-região africana.
“Também da necessidade da construção de um eixo visando o combate à criminalidade nesta zona, desde logo o tráfico de drogas e de pessoas, a lavagem de capitais, o contrabando de migrantes, portanto, são vários os desafios que temos ao nível da nossa sub-região e que uma junção de esforços entre Cabo Verde Guiné-Bissau e Senegal será fundamental para que possamos juntos dar combate à criminalidade”, concretizou Joana Rosa.
Segundo a governante, a criação do referido eixo deve permitir o envolvimento dos países na realização de operações conjuntas a nível das polícias judiciárias, de investigação, da partilha de informações e dar assim um combate de forma sincrónica aos actos criminosos.
A ministra defendeu, igualmente, a necessidade de celebração de um acordo de cooperação judiciária não só com a Guiné-Bissau, mas também com o Senegal para combater a criminalidade tal como trabalhar as questões de reintegração social dos imigrantes.
“Temos cabo-verdianos na Guiné-Bissau e muitos guineenses aqui, daí a necessidade da criação de um ambiente de sã convivência entre os povos e a necessidade de desenvolvermos mecanismos de cooperação bilateral nesta que é uma área muito importante para o desenvolvimento de qualquer País”, posicionou-se Joana Rosa.
Por seu lado, a ministra da Justiça e dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau, Teresa Alexandrina da Silva, solicitou a Cabo Verde que sirva de intermediária para a ligação da Guiné-Bissau ao Centro de Análise e Operações Marítimas (MAOC N – sigla em inglês).
“Perante os desafios contemporâneos com que nos confrontamos, mais do que ‘necessário’ se faz ‘obrigatório’ haver este estreitamento com o MAOC tendo em conta as fragilidades do nosso País e a tendência do tráfico via marítimo razão pela qual Cabo Verde sendo um País cooperante da MAOC e tendo em conta este estreitamento de relações entre Cabo verde e Guiné-Bissau nunca é demais pedir a advocacia de Cabo Verde junto da MAOC neste sentido”, argumentou a governante guineense.
Teresa Alexandrina da Silva ressalvou ainda que vieram a Cabo Verde vivenciar tudo aquilo que é a experiência cabo-verdiana e, de regresso à Guiné-Bissau, levar e aproveitar “tudo de útil e, sobretudo, adaptável” à realidade guineense.