Ministro do Turismo pede demissão após ser constituído arguido em investigação sobre lavagem de capitais

PorSheilla Ribeiro,30 jan 2025 12:09

Carlos Santos
Carlos Santos

O ministro do Turismo e Transporte, Carlos Santos, anunciou hoje que pediu demissão ao governo desde a semana passada, na sequência de ter sido constituído arguido numa investigação relacionada com suspeitas de lavagem de capitais. Aos jornalistas, Carlos Santos assegurou a sua inocência e afirmou que tomou a decisão de deixar o Governo para defender o seu bom nome e evitar qualquer impacto negativo na administração liderada pelo Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

“Perante a notícia veiculada por um jornal da praça de que fui constituído arguido por um crime de lavagem de capitais, suspeita grave, venho perante os senhores jornalistas e perante o país esclarecer o assunto em defesa do meu bom nome”, afirmou o governante no início da sua intervenção.

Conforme explicou, entre 2014 e 2016, antes de assumir funções governativas, recebeu na sua conta bancária em Portugal um montante de 25 mil euros, a pedido do advogado Amadeu Oliveira, que justificou a solicitação com o facto de não possuir conta bancária em Portugal.

“Uma pessoa das minhas relações, advogado da praça, Amadeu Oliveira, com quem tive uma relação de amizade e confiança desde os tempos da universidade, sabendo que eu tinha conta bancária em Portugal, pediu-me se eu poderia receber nesta conta bancária uma quantia de 25 mil euros, cerca de 2.700 contos de um cliente a quem teria prestado serviços de advocacia”, explicou.

Segundo o agora ex-ministro, a decisão de aceitar essa transferência foi baseada na relação de confiança que mantinha com Oliveira e na sua condição de advogado.

“Assim fiz e devolvi o valor através da banca às contas indicadas pelo Dr. Amadeu Oliveira de pessoas bem identificadas”, acrescentou.

Na semana passada, Carlos Santos foi notificado pela Procuradoria da República e confrontado com suspeitas de lavagem de capitais relativamente a essa operação bancária.

“Respondi à Sra. Procuradora e fiz chegar cópia dos e-mails trocados na altura com o Dr. Amadeu Oliveira em que, ainda bem, registei os momentos do depósito e da devolução. Obviamente estou estupefacto, surpreendido e triste, pois uma mera transação/empréstimo feito com boa-fé é transformado nesta suspeita”, disse.

Perante a gravidade da suspeição, Carlos Santos afirmou que colocou o seu cargo à disposição do Primeiro-Ministro ainda na semana passada.

“Relativamente à minha continuação no Governo, e perante uma suspeita tão grave, já tinha colocado o cargo à disposição do Sr. Primeiro-Ministro, na semana passada, por duas razões: para que eu possa defender o meu bom nome e para não permitir que o Governo seja manchado”, concluiu.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,30 jan 2025 12:09

Editado porAndre Amaral  em  30 jan 2025 16:53

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