A posição contra do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) é justificada pelos eleitos da bancada, por acarretar enormes impactos financeiros ao orçamento municipal.
A Câmara Municipal do Sal, liderada pelo Movimento para a Democracia (MpD), que no mandato anterior contava com seis vereadores a tempo inteiro, passou para oito vereadores, todos profissionalizados.
Entretanto, a proposta votada na tarde desta terça-feira, dividiu os deputados, tendo a líder da bancada do PAICV, Estregilda Oliveira, afirmando que terá um impacto enorme de mais de seis mil contos.
“Estamos a falar de mais de seis milhões de escudos, então é um impacto forte no orçamento municipal e a câmara, a nível de investimento, teve um déficit de cerca de sete milhões de escudos, então nós achámos que não poderíamos dar o nosso aval”, justificou.
“Por essas razões que nós acabámos de apresentar, na mesma linha que fomos em termos da orgânica da câmara municipal, verificámos uma administração gorda”, continuou.
Posição diferente teve a líder da bancada do MpD, Luísa Fortes, que acredita que os desafios da ilha do Sal justificam a efectivação de todos os eleitos.
“É lógico que a ilha do Sal é uma ilha desafiadora, há muitas necessidades, há realmente um trabalho a fazer, então a bancada do MpD deu o seu aval no sentido de depois fiscalizar e exigir que os vereadores desempenham cabalmente as suas funções que lhes são conferidas na lei”, sublinhou.
A líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), Sónia Almeida, justificou o voto a favor do seu partido com a necessidade de criar todas as condições de trabalho aos vereadores para poderem exigir também “boas respostas e boas intervenções” na melhoria do município do Sal.
Já para o presidente da Câmara Municipal, Júlio Lopes, a decisão de profissionalizar todos os vereadores está dentro da lei e vai ao encontro daquilo que tem sido tradição no país.
“É uma tradição em Cabo Verde e Sal é uma ilha exigente, há desafios (…), então temos de ter capacidade de estar bem organizados para poder cumprir o programa ambicioso que nós temos para este mandato, que é continuar a transformar a Ilha do Sal”, sublinhou.
Ainda durante os trabalhos desta primeira sessão do nono mandato, foram também aprovadas, por unanimidade, as propostas de gratificação do presidente da Assembleia Municipal, fixada em 20% do salário do Presidente da República e a profissionalização do secretário da Assembleia Municipal.