“Para denunciar, com veemência e sentido de responsabilidade patriótica, mais um capítulo da gestão desastrosa, incoerente e opaca deste desgoverno no sector dos Transportes Marítimos. Depois de anos a prometer e a não cumprir, de decisões que lesaram gravemente o interesse nacional e que aprofundaram as dificuldades das populações das ilhas, o Governo volta agora a anunciar um concurso para a construção de um navio de raiz, um só. Como se isso bastasse para resolver os inúmeros problemas criados pela sua própria política errada, desestruturada e submissa a interesses obscuros”, afirmou.
Ao ser questionado se o partido é contra a construção, João do Carmo afirma que, pelo valor gasto, as pessoas precisam de maior segurança e previsibilidade nos transportes marítimos.
“O PAICV é a favor de que haja em Cabo Verde uma política de transportes marítimos com navios, com previsibilidade, com segurança para os utentes. Entendemos que, pelo valor que se está a gastar, os cabo-verdianos necessariamente teriam de ter melhor qualidade, melhor previsibilidade e pagar um preço muito mais baixo daquilo que pagam neste momento”, justificou.
O PAICV exige do Governo transparência sobre os fundos públicos já utilizados e a revisão do contrato de concessão atribuído em regime de exclusividade por um período de 20 anos.
“Exigimos transparência total sobre os fundos públicos utilizados, o financiamento do Banco Mundial e o paradeiro dos navios prometidos em 2023, a revisão imediata do contrato de concessão atribuído em regime de exclusividade por 20 anos e a responsabilização política e financeira de quem lesou o interesse público”, concluiu.
O Governo anunciou na última terça-feira que vai lançar um concurso público internacional para a construção de um navio roll-on/roll-off destinado a reforçar o transporte interilhas.
O executivo diz que o financiamento já está garantido através do banco Mundial, no valor de 2,8 milhões de contos.
Em conferência de imprensa proferida na tarde desta quarta-feira, o PCA da Enapor, empresa responsável pela gestão de todo o processo, perspectivou um prazo de dois anos para a construção do navio. Em cima da mesa, a possibilidade de aquisição de um segundo navio, este usado.