“Reitero o compromisso de Cabo Verde em continuar a liderar o grupo temático sobre economia azul, conectividade marítima e energia, colocando-nos à disposição para contribuir de forma eficaz para a concretização de objectivos concretos nesta área”, precisou José Filomeno Monteiro na abertura da 5.ª reunião ministerial dos Estados Africanos Atlânticos, que decorre na cidade da Praia.
Tendo em conta que mais de 99 % da superfície do país é mar, destacou que estas áreas são fundamentais para o crescimento sustentável de Cabo Verde e da região atlântica africana.
Nesse sentido, propôs reforçar a cooperação entre os Estados participantes, com enfoque na formação e investigação marítima, valorizando instituições cabo-verdianas como a Universidade Técnica do Atlântico e o Centro Oceanográfico do Mindelo, que poderão servir de referência científica e técnica para os países do grupo.
“Estamos plenamente convictos de que o oceano atlântico, que nos une e é fonte de riqueza e desenvolvimento, deve ser explorado de forma responsável e sustentável”, declarou Monteiro, sublinhando a importância de preservar os recursos marinhos e garantir o bem-estar das gerações futuras.
Considerou que a reunião que reúne ministros dos Negócios Estrangeiros, embaixadores e representantes dos estados-membros de grande relevância, prevê a aprovação da Declaração da Praia e o reforço do processo de implementação de decisões anteriores.
Enalteceu ainda o percurso do Processo dos Estados Africanos do Atlântico, iniciativa promovida pelo Reino de Marrocos, como uma plataforma africana genuína que fortalece o diálogo político, a segurança, o desenvolvimento sustentável e a solidariedade entre os países da região.
Na ocasião, o governante apelou ainda à criação de sinergias com outras iniciativas regionais e internacionais, como o Atlantic Center de Portugal e a Zona de Paz e Segurança do Atlântico Sul (ZOPACAS), de forma a ampliar os horizontes de cooperação e promover soluções eficazes para os desafios comuns.
“A região atlântica africana é importante e estratégica e existem muitas oportunidades de cooperação em áreas como ciência e tecnologia, combate a poluição, segurança marítima e alimentar, aquacultura, ordenamento do espaço marítimo, formação e capacitação, entre outras”, apontou
Monteiro reafirmou o empenho de Cabo Verde em elevar a parceria atlântica africana a um novo patamar “de eficácia e ambição”, defendendo uma gestão “holística e sustentável dos oceanos”, com base no conhecimento, ciência e no fortalecimento das capacidades nacionais e regionais.
O Processo dos Estados Africanos do Atlântico (PEAA) é um fórum que congrega os países africanos com costa atlântica, com o objectivo de promover a cooperação e o desenvolvimento sustentável na região.
A iniciativa visa reforçar a cooperação regional, nomeadamente em três áreas temáticas de cooperação, como o diálogo político e segurança, economia azul e conectividades marítima e energia e desenvolvimento sustentável e ambiente.
O PEAA é composto pela África do Sul, Angola, Benim, Cabo Verde, Camarões, Congo, Congo Brazzaville, Côte d’Ivoire, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Guiné-Equatorial, Libéria, Mauritânia, Marrocos, Namíbia, Nigéria, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra-Leoa e Togo.