Em comunicado, este órgão explicou que o objectivo deste afastamento é garantir mais “confiança e imparcialidade” no processo eleitoral para a presidência do PAICV, que está em curso.
“Após analisar as alegações e as respostas dos visados, a CNJF entendeu que há sinais de falta de imparcialidade, ao manter os dois na gestão da base de dados, uma ferramenta central no processo eleitoral”, elucidou, sublinhando que tal poderia prejudicar a confiança e a lisura das eleições internas.
Esta decisão, segundo a mesma fonte, foi tomada depois de um pedido da candidatura de Francisco Carvalho, que levantou dúvidas sobre a isenção dos dois militantes.
Recorde-se que Jorge Lopes interpôs um recurso no Tribunal Constitucional contra a candidatura de Francisco Carvalho, enquanto a sua filha, Irina Lopes, é candidata a delegada numa outra candidatura concorrente.
Perante esta situação, a CNJF decidiu o afastamento temporário de Jorge Lopes e Irina Lopes da gestão da base de dados até ao fim das eleições.
A mesma fonte avançou que o novo gestor será indicado sem ligação directa com as candidaturas, conforme previsto nos estatutos, e será anunciado pelo secretariado-geral do PAICV.
A CNJF afirma que irá acompanhar de perto a gestão da base de dados do partido, incluindo a apresentação do sistema aos mandatários das candidaturas, para reforçar a transparência, o compromisso com a legalidade e a integridade do processo.
Recentemente, o pedido de impugnação da candidatura de Francisco Carvalho, apresentado por Jorge Lopes, foi rejeitado pelo Tribunal Constitucional.
Esta decisão confirma a legitimidade da candidatura do presidente da Câmara Municipal da Praia, não existindo qualquer impedimento para que o processo eleitoral no PAICV siga o seu curso normal.
Com esta decisão, “a CNJF demonstrou o seu compromisso com o respeito pelos estatutos do partido e pela justiça no processo eleitoral”.
De acordo com o comunicado, a decisão será comunicada às partes envolvidas e ao Conselho Nacional, para que se possam fazer os ajustes necessários no calendário eleitoral, e a candidatura de Francisco Carvalho à liderança do PAICV segue dentro dos mesmos princípios de defesa da democracia e da transparência que sempre nortearam a sua campanha.