"A União Europeia vai reforçar a sua ajuda orçamental a Cabo Verde para além daquilo que é o acordo normal [cerca de 9 milhões anuais]. São mais 10 milhões de euros (cerca de 1,1 milhão de contos) no próximo Orçamento de Estado. É uma ajuda excecional. É muito bom para Cabo Verde", disse Olavo Correia.
O ministro falava hoje aos jornalistas à margem de uma conferência para assinalar os 40 anos do setor dos seguros em Cabo Verde e quando está reunido, na cidade da Praia, o Grupo de Ajuda Orçamental a Cabo Verde.
Olavo Correia interpreta o aumento da ajuda como um reafirmar compromisso da UE com Cabo Verde num momento em que o país "precisa de um reforço orçamental para acelerar a agenda de reformas".
O ministro adiantou que a reunião, que decorre até sexta-feira, está a "correr bem", assinalando o "grande compromisso dos parceiros".
"A avaliação externa é importante para nós. Sabemos que muita coisa está a funcionar bem, outras menos bem e queremos, nesse confronto de diálogo de parceiros, poder afinar os caminhos", disse.
"O clima é muito bom, há um grande comprometimento, uma grande confiança em Cabo Verde e o reforço das ajudas. Estamos no bom caminho para continuarmos na agenda de transformação da economia", acrescentou.
O GAO tem como membros o Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Luxemburgo, Portugal e União Europeia.
O Banco Mundial (BM), um dos parceiros do GAO, suspendeu em 2016 a ajuda directa ao orçamento de Cabo Verde, condicionando a sua retoma à solução da situação financeira da empresa aérea pública (TACV), que acumula mais de 11 milhões de contos de passivo e cujo plano de reestruturação o executivo começou a implementar em Agosto de 2017.
Olavo Correia, que tinha manifestado confiança de que a ajuda orçamental ao país poderia ser retomada em 2018, mostrou-se satisfeito pela forma como está a decorrer o diálogo com o Banco Mundial.
A União Europeia é o principal parceiro de cooperação de Cabo Verde, disponibilizando anualmente ao país um apoio orçamental de cerca de 9 milhões de euros (992 mil contos).
Já este ano, o bloco europeu formalizou um apoio adicional de 7 milhões de euros (771 mil contos) para financiar o programa de emergência e resposta à seca e ao mau ano agrícola que afecta o país.