Isenção de vistos, afinal, só em Maio

PorAndre Amaral,9 jan 2018 19:31

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Prevista para Janeiro a isenção de vistos turísticos só será realidade em Maio
Prevista para Janeiro a isenção de vistos turísticos só será realidade em Maio

Governo tinha anunciado que a partir de 1 de Janeiro de 2018 deixaria de cobrar vistos pelas entradas de curta duração (até 30 dias) em Cabo Verde. No entanto, a Polícia de Fronteira continua a cobrar os vistos. Ministério da Administração Interna diz que Maio é agora a data para entrada em vigor.

A decisão de adia a cobrança de vistos de curta duração foi adiada para Maio, a pedido dos operadores que vendem os pacotes turísticos para Cabo Verde , explicou, ao Expresso das Ilhas, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha. Questionado sobre a continuação da cobrança de vistos aos turistas que visitam Cabo Verde, Paulo Rocha adiantou que a "decisão de isenção de vistos ocorrerá por via de Resolução do Conselho de Ministros e se materializará a partir do próximo mês de Maio, a pedido dos operadores turísticos, uma vez que a época turística se inicia nessa altura".

A lei 19/IX/2017, que estabelece a isenção de vistos "para períodos de estada de curta duração, até ao máximo de 30 (trinta) dias" foi publicada no Boletim Oficial em Dezembro do ano passado entrou, como diz o próprio texto, em vigor a 1 de Janeiro de 2018 e suscitou críticas vindas de vários sectores.

Vitor Fidalgo foi dos primeiros a criticar a medida anunciada pelo governo. "Seria bom para Cabo Verde que essa proposta de lei não avançasse. Repare, o governo está a ver esta problemática de forma errada", afirmou Fidalgo numa entrevista ao Expresso das Ilhas. "Já não estamos nos anos 80, onde o número de estrangeiros que entrava em Cabo Verde andava à volta de 20 mil, 30 mil, era uma coisa marginal e o turismo não estava na ordem do dia da agenda económica do governo, ou seja, não fazia parte das preocupações fundamentais. A partir dos anos 90, com mudanças fundamentais de vários paradigmas, nomeadamente no domínio económico, o turismo começou a merecer a atenção e tornou-se mesmo no sector que oferecia melhores perspectivas de crescimento. A partir de 2000, claramente, transformou-se no motor da nossa economia. Em 2016 recebemos 598 mil turistas estrangeiros [números do Banco de Cabo Verde e do INE], portanto, já não estamos a falar da simples passagem de estrangeiros, é uma questão económica, são pessoas que vêm para passar 5, 7 ou 10 dias, numa certa localidade".

Também José Maria Neves criticou esta medida. Para o antigo primeiro-ministro, desde o início das negociações para a Parceria Especial entre Cabo Verde e União Europeia “ficou muito claro, desde a hora zero, que a Parceria só faria sentido se Cabo Verde estivesse devidamente ancorado na CEDEAO. Aliás, a importância geoestratégica de Cabo Verde passa pela sua inserção activa na região oeste africana. Esta é a pedra basilar do nosso relacionamento com a Europa e o Mundo".

É com base nestas explicações que José Maria Neves entende como “uma medida absurda” a decisão do governo. “Nem os europeus, eventualmente apanhados de surpresa, entenderão esta medida”, reforçava.

As declarações de Neves motivaram uma reacção por parte do governo. Na altura, Elísio Freire, ministro da Presidência do Conselho de Ministros rebateu as críticas de José Maria Neves. Segundo explicou Elísio Freire, o “que o Primeiro-ministro anunciou é que o governo está a trabalhar para conceder isenção de vistos a cidadãos da União Europeia. E nós, o que achamos absurdo, é que as pessoas não tenham compreendido o alcance e o quão estruturante ela é”.

O ministro adiantou igualmente que esta medida está incluída no acordo de parceria especial que vem sendo negociado há vários anos entre Cabo Verde e a União Europeia. “Esta é uma medida que faz parte do acordo de Parceria Especial, está dentro do pilar mobilidade, e trará para Cabo Verde vantagens enormes. A primeira é que o nosso país terá portos e aeroportos securizados e modernos. Permitirá ao país estar ligado a uma região e a uma economia dinâmica, mas isso reforça ainda a nossa posição a nível da CEDEAO e, em terceiro lugar, não haverá nenhuma quebra de receitas muito pelo contrário”.

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Autoria:Andre Amaral,9 jan 2018 19:31

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  7 dez 2018 3:22

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