Solange Cesarovna falava à imprensa, em São Vicente, para lançar o programa de comemorações na véspera de a SCM celebrar o seu 9º aniversário, mas ocupou grande parte da colectiva a evocar a “perda que entristeceu profundamente” a SCM: o falecimento de Antero Simas, sócio fundador da sociedade e que deu um “contributo fundamental” para o projecto “nascesse e florescesse”
Para a presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Música, Antero Simas, que foi representante de SCM na ilha do Sal, foi um autor “muito particular, eclético” e que trouxe uma marca particular para a música tradicional cabo-verdiana, pelo que, sintetizou, “todos devemos a esse grande autor, compositor e intérprete” o estudo do seu trabalho e o contínuo reconhecimento.
“Este é um momento para agradecer profundamente a Antero Simas pelo seu contributo ímpar para a cultura e a música cabo-verdianas, para que a causa dos direitos de autor e dos artistas fosse defendida em Cabo Verde, para o país, através do seu grande nacionalismo, patriotismo e defesa de valores que sempre cultivavam o amor por Cabo Verde”, concretizou a presidente da SCM.
Para Solange Cesarovna, Antero Simas foi, “sem dúvida”, um dos “maiores autores e compositores de Cabo Verde de todos os tempos”, que deixa uma “grande obra” que deve ser continuada e servir de fonte de inspiração, para que o arquipélago possa prosperar cada vez mais como país de música.
“Por isso, este dia, véspera da celebração dos nove anos da SCM, é de despedida do Antero, a nível físico, mas para confirmar que ele está vivo entre nós, através da sua obra, dos valores que cultivou, da inspiração que continua a trazer para o sector da música e porque tem obra e é ícone da cultura cabo-verdiana com marca própria”, concluiu a presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Música.
O autor, compositor e intérprete Antero Simas faleceu na quinta-feira, 16, nos Estados Unidos da América, aos 69 anos, vítima de doença prolongada.
Antero Euclides Simas Correia e Silva nasceu na cidade da Praia, a 07 de Outubro de 1952, e vivia actualmente nos EUA, por razões de saúde.
Antigo funcionário da ASA, quase toda a sua vivência musical aconteceu na ilha do Sal. Foi vencedor do Prémio Carreira, da Sociedada Cabo-verdiana de Música (SCM).
Na década de 60, ajudou a criar “Os Apolos”, um dos primeiros grupos a explorar ritmos até então desconhecidos do grande público, um dos quais talaia baxu, da ilha do Fogo.
O compositor vem de uma família musical, tem mais de 40 composições e, das suas criações, a mais famosa é “Doce Guerra”, morna na qual expressa o seu amor a Cabo Verde, a partir das particularidades de cada ilha.