De 18 a 22 de Abril, o filme de Ângelo Lopes produzido pela OII estará na meca do cinema europeu para o Festival Internacional do Filme Pan-Africano que, desde 2004, dedica-se a promover o cinema, a indústria de filmes a cultura e arte.
O festival integra filmes de ficção (curtas e longas metragens), documentários e filmes experimentais e, nesta que é a 15ª edição, estarão em exibição 50 filmes de países como Uganda, Níger, Haiti, R.D. Congo, Nigéria, Marrocos, África do Sul, Túnisia, Mali, Espanha, França, Estados Unidos e, entre outros, Cabo Verde.
“Canhão de Boca”, que deve o seu título ao nome que Amílcar Cabral atribuía à Rádio Libertação (instrumento de propaganda e de luta de resistência ao colonialismo na Guiné-Bissau e Cabo Verde) tem exibição marcada para a sexta-feira 20 de Abril, na sessão “Espace Miramar”.
Já o The African Film Festival do Texas, que selecciona filmes que promovam a cultura africana, abordem temas que afectem o continente ou a sua diáspora ou narrem sobre líderes históricos, arranca na cidade de Dallas a 29 de Junho e estende-se até ao dia 3 de Julho com cinema do Gana, Quénia, Camarões, Egipto, Moçambique, Etiópia, África do Sul, Reino Unido, entre outros países.
O documentário de 52 minutos criado no âmbito do concurso DocTV CPLP 2016 estará na competição com outros 46 filmes, sendo 16 as categorias em concurso.
Sobre a escolha do filme para estas duas montras internacionais Ângelo Lopes diz que toda a equipa envolvida está orgulhosa.
“Depois do reconhecimento nacional, com os prémios que ganhou, era importante para nós que o filme fosse exibido noutros circuitos internacionais, festivais, mostras, universidades, etc. E esse é um esforço que temos vindo a fazer desde Agosto de 2017, que agora vemos recompensado”, explica o realizador para quem tanto o Festival du Film PanAfricain de Cannes e como o The African Film Festival, são duas importantes plataformas de projecção do cinema Africano actual.
“Por isso acreditamos que, mais do que o filme em si, levamos o nome de Cabo Verde e a sua história mais recente. Estar representado já é uma grande conquista”.
O cineasta adianta ainda ao Expresso das Ilhas que a equipa está à procura de apoios para ver se pelo menos o realizador consegue estar presente em Cannes, sendo que em relação aos EUA a viagem é, eventualmente, mais difícil de concretizar.
"Canhão de Boca" foi premiado como melhor documentário no festival Oiá 2017 (Mindelo) e recebeu menção honrosa no Plateau - Festival Internacional de Cinema da Praia, também em 2017.
Quanto a projectos futuros, Lopes diz estar a finalizar agora um novo projecto que “pretende explorar uma abordagem que cruza a ficção com o documentário”, não adiantando por hora o tema do mesmo.
Envoltos em secretismo estão também os projectos em curso da OII, produtora liderada por Samira Pereira. Pereira levanta um pouco o véu e revela que ainda este ano a sua empresa irá iniciar um trabalho de documentário com um realizador holandês.
“Agora em Fevereiro, estivemos a fazer a preparação de uma longa de ficção de um realizador francês que será rodada entre 2019 e 2020. A OII será a produtora nacional em co-produção com França e Portugal”, acrescenta.
Em relação a “Djon África”, também co-produzido pela produtora sedeada em Mindelo, ainda está por agendar a estreia em Cabo Verde. Possivelmente, irá acontecer ainda este ano em cada uma das locações principais do filme, nomeadamente Santo Antão, São Vicente, São Nicolau e Santiago.