Desde a ante-estreia do filme em Cabo Verde, em Janeiro, que não se tinha notícias do longa-metragem co-financiado e promovido pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas. É o MCIC que avança hoje a notícia da selecção do filme para a mostra competitiva, na sua página de Facebook e em nota de imprensa.
“É com satisfação que o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas informa que o filme “Os dois irmãos”, adaptação da obra literária do escritor/contador de estória Germano Almeida e Prémio Camões, foi seleccionado para a competição oficial no 42º Festival de Cinema de Montreal/Canadá (World Film Festival)”, congratula-se.
A realizar-se de 23 de Agosto a 3 de Setembro de 2018, em Quebec, o Montreal World Film Festival (WFF) – Festival de Cinema do Mundo – com quase quarenta anos de existência tem como propósito promover a diversidade cultural e o entendimento entre as nações, promover a inovação cinematográfica e os novos talentos sendo o único festival de cinema competitivo na América do Norte credenciado pela Federação Internacional de Associações de Produtores de Filmes (FIAPF).
Com esta selecção de " Os Dois Irmãos" para o Montreal World Film Festival Cabo Verde soma pontos quanto a presença internacional na área do Cinema. Só este ano já passaram por festivais e mostras internacionais os filmes "Sukuru" e "Hora di Bai" de Samira Vera-Cruz, "Canhão de Boca" de Ângelo Lopes, " Homestay" de Lolo Arziki, para além do projecto de documentário "The Master's Plan" de Yuri Ceunink seleccionado no HotDocs e premiado no Durban Film Mart do Festival de Cinema de Durban.
Adaptação da obra literária homónima da autoria do escritor cabo-verdiano Germano Almeida, o filme “Os Dois Irmãos” foi rodado durante o ano de 2017, entre as zonas de Chã de Tanque e Ribeira Barca, no concelho de Santa Catarina de Santiago.
Produção da Take 2000, com direcção do realizador português Francisco Manso, o filme conta com um elenco inteiramente de actores cabo-verdianos e é promovido pelo MCIC – que o patrocinou em 22 mil contos – como uma aposta na “internacionalização do cinema cabo-verdiano e a promoção do arquipélago como um destino de rodagem de grandes produções”.
Entretanto, o envolvimento do MCIC na produção da longa-metragem causou algum mal-estar no meio artístico e particularmente entre cineastas nacionais que defenderam que o montante disponibilizado seria melhor usado se investido na produção cinematográfica nacional.
Este é o terceiro filme do realizador português rodado em Cabo Verde. Os dois anteriores – “O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo”, 1997, e “A Ilha dos Escravos”, de 2008 – também foram co-produções cabo-verdianas, o primeiro com a chancela do extinto Instituto Cabo-verdiano de Cinema