Moçambique premiado no Fespaco

PorChissana Magalhães,5 mar 2019 8:16

O Dia em que Morreu Mabata Bata
O Dia em que Morreu Mabata Bata(Foto: Jorge Quintela)

Com a longa-metragem “O Dia em que Morreu Mabata Bata”, de Sol de Carvalho, Moçambique saiu premiado do Fespaco 2019, que terminou no sábado em Ouagadougou. A adaptação da obra homónima de Mia Couto, Melhor Longa-metragem de Ficção do Plateau - Festival Internacional de Cinema da Praia 2018, recebeu prémio de Imagem e Montagem. Também da esfera lusófona, "Meu Amigo Fela" de Joelzito Araújo saiu premiado como Melhor Filme da Diáspora Africana.

Exibido no Plateau - Festival Internacional de Cinema da Praia em Setembro passado, “O Dia em que Morreu Mabata Bata” – vencedor dos Prémios de Montagem e de Imagem da 26ª edição Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou - conta a história do menino Azarias, um pastor, órfão, guardião de uma manada de bois, onde se destaca o boi Mabata Bata. O sonho de Azarias é ser uma criança normal, ir à escola, no que é apoiado pela avó. Um dia, quando Azarias está no pasto, Mabata Bata pisa numa mina – fruto da guerra civil moçambicana – e explode. Temendo as represálias do tio, Azarias foge para a floresta, levando consigo os bois restantes. A avó e o tio partem em busca dele, para convencê-lo a voltar para casa.

Trata-se da adaptação do conto de Mia Couto "O dia em que explodiu Mabata Bata", que integra o livro “Vozes Anoitecidas” publicado em 1986, em plena guerra civil naquele país da África Austral.

Filme vencedor ainda na fase de projecto – foi o candidato de Moçambique seleccionado no concurso DOCTV CPLP em 2017 - “O Dia em que Morreu Mabata Bata” não era o único representante lusófono em competição naquele que é o maior festival e premiação do cinema africano.

"Meu Amigo Fela", longa do realizador brasileiro Joelzito Araújo sobre o músico nigeriano Fela Kuti, foi distinguido no Fespaco como Melhor Filme de um realizador da Diáspora Africana. O documentário, no qual as interligações entre afrobeat e militância política e cultural estão em destaque, deverá conforme o realizador, estrear ainda este ano em Cabo Verde, provavelmente inserido no programa do festival Plateau.

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No ano em que celebra o seu cinquentenário, a bienal de Cinema e TV decorreu de 23 de Fevereiro a 3 de Março em Ouagadougou, Burkina Faso, com o slogan “Memória e futuro dos cinemas africanos”, sob a tripla dimensão da memória, da identidade e da economia: "confrontar a nossa memória e forjar o futuro do cinema pan-africano na sua essência, na sua economia e na sua diversidade", diz texto de apresentação desta 26ª edição que estimativa contar entre 5000 a 20 000 visitantes.

O filme do director ruandês Joel Karekezi, "The Mercy of the Jungle", ganhou o Yennenga Gold Standard, o Grande Prêmio do festival.

A selecção do festival tem duas seções principais: a Secção Oficial da Competição, reservada a filmes de realizadores africanos e da diáspora (tem as seguintes categorias: longa metragem: duração mínima de 60 minutos; ficção de curta metragem: duração entre 1 e 35 minutos; longa-metragem documental: duração mínima de 60 minutos; curta-metragem documental: duração entre 1 e 35 minutos; filmes de escolas africanas de ficção ou documentários: duração entre 3 minutos e 15 minutos). A secção fora de competição está aberta a cineastas de todo o mundo e este ano incluiu o programa artístico do cinquentenário onde foram exibidos clássicos dos cinemas africanos e da diáspora.

Cabo Verde nunca esteve representado no festival.

A próxima edição desta bienal cinematográfica africana acontece em Fevereiro de 2021.

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Autoria:Chissana Magalhães,5 mar 2019 8:16

Editado porChissana Magalhães  em  24 nov 2019 23:21

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