"Nós todos, habitantes deste espaço multi-continental, herdeiro, useiro e fazedor desta língua que nos une - na dor, no sonho, na esperança e na alegria – vimos usufruindo um pouco desse universo criado, há várias décadas, por sua obra e arte", começa o Presidente da República na carta endereçada a Chico Buarque que, ontem, foi distinguido com o Prémio Camões.
"Na qualidade de Presidente em exercício da Conferência dos Chefes de Estado dos Países de Língua Portuguesa CPLP), comunidade a que o meu país, Cabo Verde, preside actualmente, quero deixar aqui expressa a alegria que todos sentimos por esta distinção, que, para além de coroar uma obra literária de inestimável valor, também destaca o carácter e o profundo humanismo do premiado", acrescenta Jorge Carlos Fonseca.
Sendo a CPLP, a que Cabo Verde preside até 2020, "uma comunidade de afectos, de laços culturais e históricos, cujos alicerces são as pessoas", os artistas representam algumas das pessoas que "mais têm contribuído para o seu crescimento e fortalecimento".
Chico Buarque estreou-se na literatura com "Estorvo", em 1991, a que se seguiram "Benjamim", "Budapeste", "Leite Derramado" e "O Irmão Alemão", publicado em 2014.
Brasil e Portugal, juntos, venceram por 26 vezes o Prémio Camões. Cabo Verde, com Arménio Vieira e Germano Almeida, recebeu o prémio por duas vezes tal como Angola e Moçambique.