Nele um palco cheio de nomes da música de Cabo Verde, dos mais clássicos, à nova geração que não se esquece de preservar as suas raízes – Cremilda Medina, passando pelas raízes da nossa música, como, por exemplo, o puro Funaná de Bitori Nha Bibinha.
Contudo, confesso que houve um grupo que pela sua performance suou a novo. Logo no primeiro tema já se ouvia por entre os profissionais aí presentes, nacionais e sobretudo estrangeiros, os murmurinhos, tentando saber mais informações sobre o grupo que estavam ouvindo.
Na verdade, assistia-se a um grupo de jovens, bem cientes do que faziam em palco, e que arrebatavam a atenção de quem os via. Podíamos falar na qualidade musical que nos apresentaram, ainda na guitarra do seu líder, mas acima de tudo, tínhamos em palco novos ares.
Partem do Blues, mas outra influências como algum Funky ou até o Rock’n’Roll e sublimemente rasgos de ambientes da música africana (ouvimos às vezes o Mali e pinceladas da parte hipnótica do Afro-beat).
A guitarra principal desenha linhas que definem o todo da música, numa mistura com um timbre e força de voz, pouco comum pela nossa música do Cantor.
O grupo funciona como tal e o bem-estar em palco é notório.
Se a isso tudo juntarmos um “frontman” marcante, será fácil imaginar, toda a atenção que despertaram em quem os seguia.
Acima, tinha dito que a componente maior da música do grupo vem do Blues. Sim, mas o mais diferenciador será o facto de ser cantado em Crioulo. Claramente um tipo de Kriol-Blues.
Sim, Kriol-Blues, originalmente Kriol-Blues. Para seguir e ter sempre por perto: “Erick & The Double Jack”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 916 de 19 de Junho de 2019.