O documentário filmado no Verão de 2018, em Chã das Caldeiras, relata o processo de reconstrução da comunidade após a erupção vulcânica ocorrida em 2014 e foi co-dirigido pelo cineasta cabo-verdiano Leão Lopes e pelo espanhol Miguel Miralles.
“Chã” foi mostrado em estreia absoluta no passado mês de Maio no Festival de Cinema Canarias Ambiental (FICMEC).
A peça audiovisual é o resultado de uma experiência educativa, baptizada com o nome de Azimut 2018, que foi promovida por três professores do CIFP (Centro Integrado de Formação Profissional) César Manrique, nas Ilhas Canárias. O objectivo foi reforçar os laços de colaboração entre os estudantes das Canárias e os cabo-verdianos, para além de lhes proporcionar uma experiência real na produção cinematográfica.
Dez dias de filmagem intensa em Chã das Caldeiras no Verão do ano passado e meses de trabalho colaborativo entre uma dúzia de estudantes da escola canarina e o M_EIA (Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura) em Mindelo, resultaram num documentário de pouco menos de uma hora em que se reflecte a luta da comunidade de Chã para recuperar suas vidas após a erupção.
Os criadores do documentário tentaram respeitar a realidade do que acontece diariamente em Chã das Caldeiras e a idiossincrasia da sua população. Daí terem mantido uma posição mais de observação do que crítica, dando voz aos protagonistas desta história: aqueles que perderam tudo num dia e anos depois reconstroem as suas casas e suas próprias vidas.
Mais do que do que um documentário, os responsáveis pelo projecto tanto das Canárias como de Cabo Verde confiam que a experiência pode repetir-se num futuro próximo, abordando temáticas de interesse comum para as Canárias e Cabo Verde.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 934 de 23 de Outubro de 2019