"Eu lamento profundamente a sua morte. Ele que era um escritor, compositor musical, um artista", disse hoje o Presidente da República sobre a morte de Kaká Barbosa.
À margem da declaração que fez ao país sobre o alargamento do Estado de Emergência nas ilhas de Santiago e Boa Vista, Jorge Carlos Fonseca, comentou que o desaparecimento de Kaká Barbosa "representa, para Cabo Verde, uma perda enorme. E aproveito este momento para endereçar as minhas sentidas condolências a todos os familiares e amigos do falecido que era uma pessoa que eu conhecia muito bem".
Também o ministro da Cultura já comentou o falecimento do cantor. Numa nota enviada à comunicação social, Abraão Vicente refere que a "nação cabo-verdiana perde hoje um dos grandes, um nome incontornável da escrita em crioulo, da prosa tradicional, da pesquisa na língua cabo-verdiana e na construção de uma verdadeira narrativa nacional sobre raiz da cabo-verdianidade".
"Cabo Verde perde uma voz única no canto popular e na poesia de inspiração revolucionária", acrescenta Abraão Vicente.
Em declarações à agência Lusa, Daniel Spínola, presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Autores (SOCA), referiu que Kaká Barbosa, faleceu ao início da tarde de hoje, após 48 horas internado no Hospital Agostinho Neto, na Praia.
Em Fevereiro último, Kaká Barbosa foi homenageado numa gala na cidade da Praia pela SOCA, entidade de que era membro e um dos fundadores.
Daniel Spínola adiantou que, além da homenagem ainda em vida, já está pronta uma revista para sair com textos vários sobre o seu percurso e a sua obra, tanto como músico, como escritor e que deverá ser publicada em finais de Maio, ou em Junho, segundo o presidente da SOCA, para quem vai ser agora uma homenagem póstuma ao também membro da Academia Cabo-verdiana de Letras.
“Temos apostado nas homenagens em vida, já fizemos a vários artistas, vários autores”, salientou Daniel Spínola, que descreveu Kaká Barbosa como um “excêntrico”, tal como está no texto que vai sair na revista.
“Eu via-o como uma pessoa excêntrica, no bom sentido, tinha ideias excepcionais, de outro planeta, na forma como falava, dizia coisas fora do comum”, sustentou.
O presidente da SOCA disse ainda tratar-se de um “excelente músico”, que já ganhou a “imortalidade” por causa da sua obra, na música e na escrita.