Segundo Carlos Matos a iniciativa surgiu por causa da pandemia da COVID-19 e servirá também para dar continuidade ao projecto “2 Pianos” em concerto.
Conforme disse, os pianistas que serão homenageados são uma referência na música de cabo-verdiana em piano.
Carlos Matos e Humberto Ramos, por seu turno, são dois dos mais conceituados pianistas e pesquisadores da música de Cabo Verde. Navegam nas melodias, misturam-se com as letras e acima de tudo põem no instrumento, ao dispor dos outros, o que foram recolhendo.
Carlos e Humberto já tinham trabalhado juntos no livro “Tututa Composições” que reúne 18 composições da pianista. E agora ampliam o espectro, numa homenagem a dois pilares da história do piano em Cabo Verde, que para além do vídeo que mostra o encontro musical entre os dois músicos, ao qual Carlos Matos chamou carinhosamente de uma conversa entre dois amigos, traz também as pautas transcritas dos temas escolhidos.
Humberto Ramos (1967) e Carlos Matos (1972), ambos com formação superior em música, sendo dois pianistas que partilham o mesmo amor pela música de Cabo Verde e amantes da morna, prestam nesta conversa musical uma grande homenagem ao que consideram ser “os pais” do piano Cabo-verdiano: Chico Serra (1947) e Dona Tututa (1919- 2014).
Carlos Matos já tinha participado no projecto “Cabo Verde Toca Jazz” que reuniu um grupo de músicos em volta de um tema de Cesária Évora. Humberto Ramos foi músico suporte de um espectáculo que Cremilda Medina fez para ser passado online.
Neste contexto, e embebidos ainda pela realidade da morna como Património Imaterial da Humanidade, surge mais esta encontro de pianistas, pois, como nos diz Carlos Matos, os homenageados foram das primeiras figuras a definir o piano como instrumentos solo num universo musical dominados pelas cordas.