Uma recepção no Mansa Floating Music Hub marcou a abertura oficial. O presidente da Associação Mindelact, João Branco, destacou a importância das artes e da cultura, sobretudo no actual contexto.
“As artes são também um bem de primeira necessidade. Comer é importante, dormir debaixo de um tecto é importante mas também a nossa saúde mental é importante, alimentar a alma é fundamental e percebemos isso quando estivemos fechados em casa por tantos meses”, disse.
"Aurora Negra" abriu o pano da edição 2021. O espectáculo conta, na primeira pessoa do plural, as memórias das mulheres negras do Portugal pós-colonial e por descolonizar. Cleo Diara, uma das actrizes que compõem o elenco, explica que a peça nasce da constatação da invisibilidade a que os corpos negros estão sujeitos nas artes performativas.
“É uma celebração de três mulheres negras, que nasceram ou foram criadas em Portugal. O Mindelact era um sonho que eu nem sabia que tinha”, disse.
Nesta que é denominada de “Edição Esperança”, praticamente todos os espectáculos são presenciais, excepto a programação de teatro digital e teatro radiofónico.
O Mindelact 2021 é dedicado à memória da activista cultural Samira Pereira, colaboradora assídua do festival durante muitos anos, e que morreu este ano, vítima de covid-19.