José Maria Neves esteve no encerramento da edição 2021 do Festival Internacional de Teatro do Mindelo (Mindelact), que a organização designou de “edição esperança”, e não poupou nos elogios à associação, à falecida agente cultural Samira Pereira e à Companhia Raiz di Polon.
O Presidente da República homenageou Samira Pereira, como disse, pela sua “ousadia e capacidade de empreendimento”, que permitiram sempre que ela “sonhasse e vivesse para criar”.
“Através da Samira desejo homenagear todos os jovens de Cabo Verde que ousam, criam e inventam todos os dias um país para viver”, sublinhou José Maria Neves, que, num outro momento, elogiou a Companhia Raiz di Polon pelo percurso dentro e fora do País.
Depois foi a vez da Associação Mindelact, para quem o Presidente da República pediu “uma grade apoio” da câmara, dos órgãos de soberania e das empresas, para fazer com que o grupo que organiza anualmente o festival sinta “cada vez mais motivação e força” para “ousar mais, criar mais e empreender”, e para dar “muito mais” a São Vicente e a Cabo Verde.
“Temos que ter engenho e arte para mobilizar todas as capacidades, competência e talentos, nas ilhas e na Diáspora, e colocá-los ao serviço de Cabo Verde”, considerou o chefe de Estado, que se disse portador de “uma enorme esperança e muita fé” em como o destino de Cabo Verde é ser grande, “grandeza que depende da nossa ousadia”.
“Então, continuemos a ousar, a criar, a inovar e a aproveitar todas as capacidades e esses talentos, pois só um povo com tanto talento pode construir o Cabo Verde que estamos a construir e pode realizar um festival como este”, reforçou.
“O importante é superar todos os dias a nós mesmos e superar as expectativas que os outros têm em nós”, concluiu.
O presidente do Mindelact e director do festival, João Branco, realçou a “suprema honra” em ter o Presidente da República a encerrar a “edição esperança”, mas também das dificuldades em pôr de pé o festival 2021, num acto de “muita coragem” para realizar, concretizar e executar muitos dos espectáculos.
Destacou ainda a “extraordinária a generosidade” da classe artística, de uma forma geral, assim como “extraordinária coragem e o talento” da Companhia Raiz di Polon, que considerou “Património da Humanidade”.
“Anunciamos desde já aberto o Festival Mindelact 2022, que será o ano da celebração, assim os deuses queiram”, declarou João Branco.
A 27ª. edição do Mindelact decorreu de 5 a 13 deste mês, em São Vicente, com 30 espectáculos, num total de 40 apresentações, e contou com a presença de cerca de 200 artistas de artes cénicas, performativas e dança, de 14 países.
Esta edição, que retomou a extensão “Mindelact na Praia”, foi dedicada à memória da activista cultural Samira Pereira, que foi uma “colaboradora assídua” do festival e que faleceu este ano, vítima de covid-19.