Começou pelo Facebook, seguiu-se o palco e acaba de marcar encontro connosco no seu primeiro livro.
Nos seus posts, reconhecemos vivências e rimos a bom rir da descrição de personagens e momentos que soam familiares. No teatro, novamente aquela sensação de conforto que só nos é dada pelos lugares-comuns do nosso imaginário.
Agora, o autor reúne escritos soltos, a maioria dos quais inéditos, e dá à estampa Crónicas do Mindelo. Ao todo, 60 textos que prometem fazer as delícias de quem gosta de uma boa história, cheia de pitoresco e autenticidade.
“Vamos encontrar São Vicente como ele é. Digo numa das crónicas que se me fosse dado a escolher, seria capaz de nascer e viver cá três vezes. O que é especial aqui? Tudo! Desde a bamba que te dá um grito na rua, à dona de um baloi que te agradece o apoio, aos muitos adeptos do Mindelense que apoiam a Micá no campeonato de Cabo Verde. No fundo, sabemos que estamos sozinhos”, explica Rocca Vera-Cruz.
Leitor “disciplinadíssimo”, o cronista confessa estar longe de ser um escritor com uma metodologia de trabalho rígida, preferindo seguir a inspiração. Anda sempre com um “caderninho”, no qual anota ideias e coisas que vai ouvindo. Na biblioteca lá de casa, transforma-as em prosa.
“Vou anotando ideias, coisas que vou ouvindo. Depois, redijo as crónicas.”, resume.
Esta quinta-feira, dia 7, Crónicas do Mindelo é apresentado ao final da tarde (18:30), no Centro Cultural do Mindelo. A apresentação estará a cargo de Filomena Martins e João Branco.
Depois da trilogia teatral (e Rocca garante ter chegado à conta certa), seguem-se três livros de crónicas e outros tantos romances, o primeiro dos quais já começado e que será publicado em 2023, sobre um “crioulo típico, que se adapta com fervor às circunstâncias, depois de 75, depois de 90…”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1075 de 6 de Julho de 2022.