Paulino Vieira foi o artista convidado para comemorar esta efeméride, e brindou-nos com um espectáculo irreverente, inconformista, livre, autêntico e único.
Músico multi-instrumentista, compositor, arranjador, produtor e poeta, Paulino Vieira tem vindo a percorrer uma longa estrada musical e participou activamente em diversos projectos artísticos, unindo povos e culturas lusófonas.
O concerto de ontem, que ele intitulou de “ensaio” teve o seu cunho pessoal, o seu carisma, a sua maestria, a sua diferença, a sua genialidade, plasmada através de diferente sonoridades e ritmos que nos remeteram frequentemente para o jazz, ele que também desenvolveu com mistura de várias tradições religiosas.
Falou, falou muito ao longo de todo este concerto, que, segundo ele, pretendeu também dar visibilidade a todos os anónimos de todos os palcos do mundo – reais e virtuais, e disse verdades muito profundas, abraçadas a palavras “aparentemente” muito simples. Lembrou os que sofrem, os que trabalham em condições muito difíceis, os invisíveis de uma sociedade ainda pouco desperta para o Amor.
Ficou no Ar a promessa de um futuro concerto apenas com clássicos cabo-verdianos, já que o público lhe ia pedindo uma Morna, o que não aconteceu. Ontem foi tempo de outros sons, de outras viagens de novos caminhos.
o Presidente da República, José Maria Neves, o Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, vários aristas cabo-verdianos e portugueses estiveram no evento numa sala cheia muito aplaudido pela comunidade cabo-verdiana que está orgulhosa pela regresso ao palco do mestre Paulino Vieira 20 anos depois. José Maria Neves considera Paulino Vieira um génio que acaba de colocar Cabo Verde num patamar superior da música com os sons e ritmos das ilhas a fundirem com a música universal.