Na cidade da Praia está a decorrer a exposição intitulada “Mar é nos Sustento”, e no concelho de São Lourenço dos Órgãos “Órgãos Nha Origem” é o nome da mostra.
“Para celebrar os meus 15 anos de carreira tenho programadas muitas actividades, mas gostaria de focar em dois eventos que vão acontecer entre Fevereiro e Março. Estive oito meses preparando essas exposições, por isso acho que será algo interessante”, contou o artista plástico.
Segundo disse, a exposição “Mar é nos Sustento” surgiu para comemorar os seus 15 anos de carreira, onde nos oferecer uma exposição repleta de consciencialização social, onde as questões ambientais e a sustentabilidade da nossa fauna marinha são temas das suas pinceladas impressionistas, repletas de cores fortes e traços inconfundíveis.
“É uma homenagem, sobretudo aos nossos pescadores e peixeiras, mas também é uma forma de sensibilizar as pessoas a proteger o que é nossa riqueza que é o nosso mar, tendo em conta as mudanças climáticas e a poluição no mar, então acho que precisamos preservar o que é nosso”, explicou o artista plástico.
Na Cidade da Praia estarão expostos 10 quadros, que retratam as mudanças climáticas e a vida dos pescadores e peixeiras. “É uma exposição muito rica em si”. No dia 10 de Março, será inaugurada a exposição “Órgãos Nha Origem”, onde o artista irá retratar vivências e histórias vividas pelas pessoas mais velhas daquele concelho. “Vou viajar no passado para retratar histórias que tenho estado a ouvir”.
15 Anos de carreira
Para o artista plástico, esses 15 anos de carreira foram muito bem aproveitados, e “foi de muita batalha, muita persistência e trabalho”.
“E, é com muito orgulho que chego a esses 15 anos de carreira. Acho que é uma data que deve ser comemorada, porque não foi fácil, pois foi de muita barreira, obstáculo, mas foi ultrapassado devido a muita persistência”, destaca.
Por outro lado, sublinhou que quando fazemos as coisas com amor, conseguimos sobreviver dele. “Acho que em qualquer coisa, quando incluímos amor, consegues sobreviver tranquilamente dele, e é isso que tem estado a acontecer comigo. Tenho estado a fazer os meus trabalhos que são muito reconhecidos não só em Cabo Verde como lá fora, e isso que é importante”.
Em relação a crítica ao seu trabalho, disse que às vezes, as pessoas não conhecem o artista, mas conhece o projecto “Viagens nas Tintas”. É um trabalho muito bom, é algo que traz muita positividade a nossa cidade (Praia), e porque faço para a nossa cultura, para enriquecer a nossa cultura, porque ele não é só belo em si, mas tem passado muitas mensagens.
“Sempre que faço pinturas nos murais recebe alunos, pessoas que fazem parte de Viagens nas Tintas, então tenho estado a receber muitos apoios, mas acredito que tudo isso é legados que gosto de deixar, e isso é um dos objectivos do projecto, deixar legados e tenho estado a fazer isso constantemente”, garante.
Viagens nas Tintas
Joaquim Semedo é também mentor do projecto “Viagens nas Tintas”, que tem estado a embelezar com pinturas nos murais, que já está praticamente em todas as ilhas do arquipelágo. “Viagens nas Tintas já é uma marca reconhecida, muitas pessoas já conhecem. É um projecto que já está praticamente em todas as ilhas e com alguma internacionalização. E é com muito orgulho que estou a falar dele”.
Joaquim Freire Semedo começou a pintar aos 19 anos e dois anos depois rumou a Portugal, onde frequentou o polo de Guimarães da Escola Superior Artística do Porto.
Por dificuldades financeiras, não concluiu a licenciatura, mas teve oportunidade de adquirir mais experiência e aptidões técnicas. Após cinco anos de vivências em Portugal, Joaquim Semedo regressou a Cabo Verde e à sua terra natal, onde reside e mantém o atelier, passando a dedicar-se por inteiro à pintura, tendo já vendido centenas de telas no país e no estrangeiro.