O espectáculo de abertura é o capítulo final de NA LUT@, um projecto colaborativo de longa duração, dedicado à produtora e ativista cultural Samira Pereira, falecida em 2021. Em entrevista à Rádio Morabeza, a directora artística Flávia Gusmão explica que, ao contrário do habitual, a abertura do Mindelact 2023 tem como palco um espaço não convencional, o subterrâneo do Hotel Las Rochas, no Lazareto.
“O subterrâneo que nós encontramos aqui no Mindelo foram as garagens do Hotel Las Rochas. O festival fornece o transporte para aqui, onde estamos em residência a preparar e a fazer a montagem. Hoje, às 21h:30, estaremos aqui nas garagens subterrâneas a fazer a abertura do festival”. Estamos a unir esforços para conseguirmos fazer uma abertura à altura do festival e à Samira”, diz.
De acordo com a sinopse da peça, perseguindo um mapa cromático desenhado a partir das fases do luto, faz-se uma derradeira tentativa de celebração no vazio. Constrói-se um espaço cinemático onde desfoques e distorções convivem com cemitérios e maternidades de plantas, diários sonoros de luto e carnavais. Ilhas móveis e subterrâneas convocam o luto, a memória e a língua cabo-verdiana.
“É uma criação coletiva e colaborativa de toda a gente que fez parte deste projecto. Em relação ao Mindelact, de todas as vezes que participei, fico muito feliz em fazer parte”, afirma.
Com uma extensão na Praia, o festival de teatro Mindelact arranca hoje, em São Vicente. Até o dia 11, companhias e atores de Cabo Verde, Portugal, Brasil, Espanha e África do Sul vão apresentar cerca de 40 espetáculos em cinco palcos.