AME termina e Kriol Jazz Festival arranca

PorDulcina Mendes,5 abr 2024 8:25

Chegou ao fim, a 10ª edição do Atlantic Music Expo (AME), o evento que trouxe para a capital do país muitas actividades a volta da música e muita movimentação de pessoas. O AME encerrou depois da actuação do artista maiense Gerson Spencer, que reside actualmente em Portugal.

Segundo o director geral do AME, Gugas Veiga este foi o festival mais difícil de se fazer, mas a satisfação é grande, porque “é reconhecido por quase todos que realmente foi um evento de qualidade, com muita variedade musical com muita qualidade, com boas conferências, workshops, one to one meeting também cheios, então a satisfação é muito grande de deve cumprido”.

“Tivemos muitos obstáculos pelo caminho, muitas dificuldades, mas conseguimos ultrapassar tudo, e realizar este evento com muita qualidade e muito profissionalismo”, frisa.

Em relação à sustentabilidade, disse que há algumas promessas de haver a assinatura de um protocolo por cinco anos com o Governo.

“Se isso realmente acontecer, vamos fazer a nossa parte e ainda até final deste mês e início de Maio, vamos elaborar o protocolo e apresentar ao Governo, para ser assinado. Um protocolo de cinco anos, como já foi publicamente prometido”, realça.

Gugas Veiga sublinhou que vão apresentar o protocolo para ser assinado, e que vão propor o montante, que tinha sido prometido desde 2018.

“Infelizmente, nos últimos três anos temos tido cortes sucessivos, mas é esse montante que acreditamos que realmente permite trabalhar com qualidade e vamos apresentar esse montante ao Governo. O montante era de 10 mil contos, isso garantia cerca de 50% do valor necessário para realizar um evento de qualidade”, confirmou dizendo que a organização tem feito muito com pouco recurso.

Para o director do AME se esse acordo for assinado, garantirá a sustentabilidade de 50% do orçamento do AME, durante cinco anos. “O sector privado ter feito a sua parte e acreditamos que precisamos disso, para realmente daqui a cinco anos, o AME tornar-se independente e não depender das entidades públicas”.

Conforme explicou é um desafio que existe, “mas acredito que a equipa que tem trabalhado o AME, tem muita juventude muita vontade de trabalhar e vai conseguir chegar a bom porto”.

Institucionalizar do evento

Gugas Veiga garante que o evento em si já é uma instituição. Por ser um evento sem fins lucrativos. “Essa que é a diferença, todo o dinheiro que temos a nível do orçamento vai só para pagar os serviços nacionais e locais, lidamos com mais de 60 empresas nacionais e essa direcção não ganha nenhum tostão. Nós trabalhamos de graça, nós pagamos os serviços que contratamos e quando fechamos as contas não há nenhum lucro”.

E disse que voltam outra vez a trabalhar para o ano seguinte.

Formalização da classe artística

Gugas Veiga sublinhou que só pelo facto de ter sido debatida a questão da formalização da classe artística foi uma grande vitória.

“Acredito que realmente agora há meios de continuarmos a lutar pela a formalização da classe e pela mudança de mentalidade. A apresentação do Estatuto do Artista na Assembleia Nacional será um grande passo, temos um acordo com o INPS e vamos trabalhar durante o ano para incentivar o meio artístico a inscrever o INPS”, aponta.

E confirmou que estão a trabalhar com a Pró-empresa para que os projectos dos artistas que estão legais e a descontar para as finanças, possam receber financiamento para os seus projectos. “Então, é uma luta contínua, porque o sector tem que se formalizar, senão nunca será levado a sério”.

AME em números

O director geral do AME referiu que durante estes últimos dez anos estiveram mais de mil músicos a actuar em palco e mais de 300 actuações, mais de 150 jornalistas nacionais e quase 300 internacionais, tivemos quase cinco mil delegados, este ano foi o recorde a nível de inscrições.

“Durante todas estas edições, tivemos quase 500 stands, durante dez anos. Acreditamos que realmente é um evento que tem valor para a economia local, e que deve ser acarinhado por todos, para além disso promove o país, de uma forma incrível, temos notícias a sair todos os dias, daqui para o mundo”, indica.

Gugas Veiga acredita que o AME tem promovido Cabo Verde como um destino cultural de excelência, durante esta semana o destino é Cabo Verde, "basta ver os hotéis estão todos cheios, os voos estão todos cheios, os rent a car estão todos esgotados. O movimento que há na cidade, nos restaurantes, bares, taxistas estão todos contentes, portanto a olho nú vé-se que realmente o impacto é real e traz sobretudo muita alegria a esta cidade que precisa mesmo de coisas boas”.

Neste sentido, disse que a organização não tem dinheiro para encomendar um estudo de impacto, para mostrar o que representa o evento para a economia do país. “Um estudo de impacto custa entre os 900 e os mil contos, e nós não temos esse dinheiro. Fizemos um estudo que nos custou mais de cem contos, que mostrou mais ou menos os números, mas precisamos de um estudo mais completo, para mostrar realmente o que é que essa economia da cultura representa para este país”.

Sob o lema “Sustentabilidade e Formalização”, o AME apresentou além dos espectáculos, showcase, daycase, feira com stands, conferência, workshops e reuniões one-on-one.

Orçado em 20 mil contos, esta edição contou com 26 actuações, sendo 15 de artistas nacionais e 11 de internacionais.

Entre os artistas nacionais estiveram no AME: Gabriela Mendes, Kátia Semedo, Elly Paris, Gerson Spencer, Quarteto Ano Novo + 1, Sizal, Zubikilla Spencer, Maura Delgado, Manú Reis, Ste Mandela, Primitive, George Tavares, Berlock, DJ Sarumawashi e DJ Axel.

Os artistas internacionais, estiveram no AME 2024: Giuliano Gabrielli (Itália), Anna Setton (Brasil), Brown Rice Family (Japão/EUA), Camila Reis (Brasil), Luiz Caracol (Portugal), Klaudio Hoshai (Angola), Jocelyn Ballou et Borumba (da República Democrática do Congo), Insólito e Universo (Venezuela), Dendê (Brasil), Le. Panda (Canadá), e DJ Danykas (Portugal).

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Autoria:Dulcina Mendes,5 abr 2024 8:25

Editado porDulcina Mendes  em  23 nov 2024 23:27

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