Gugas Veiga fez este pedido na segunda-feira, 10, no Auditório Nacional Jorge Barbosa, na cidade da Praia, no ato de abertura da 9ª edição do AME, que ficou marcada por um espetáculo com vários ritmos exclusivamente cabo-verdianos.
Pelo AME, considerado um marco cultural de Cabo Verde para o mundo, já se passaram, segundo o director geral, mais de 700 músicos, mais de 200 bandas e artistas, mais de 200 jornalistas nacionais e internacionais.
No entanto, há alguns desafios por ultrapassar para que o evento possa ser realizado de forma mais profissional, mormente o financiamento e um espaço para organizar o evento.
“Nós não temos um escritório, não somos profissionais no AME, todos temos outros trabalhos o AME é uma atividade que fazemos extra sem receber nada, pelo nosso País, pela música, mas achamos que já se chegou a um ponto em que se tem de ser mais profissional”, concretizou Gugas Veiga.
“O maior desafio que nós temos é financiar o AME, porque não tem fins lucrativos, nós distribuímos aquilo que conseguimos pelas agências de viagens, rentcars, hotéis artistas, empresas de som e iluminação de palco distribuímos por todo o ecossistema”, acrescentou.
Ressalvou ainda que o orçamento para este ano está incompleto, daí a necessidade de se trabalhar de forma “mais profissional”, até para que se consiga “mais financiamento e fazer mais e melhor” pelo AME.
Por seu lado, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, assegurou que o AME vai continuar a ter o forte apoio do Governo, visto que se trata de uma referência no mundo e no panorama cultural e musical de Cabo Verde.
Conforme argumentou o chefe do Governo, o evento é um projecto do País, palco para os artistas cabo-verdianos e internacionais, e um grande momento de troca de experiências, bem como uma excelente oportunidade para promoção de negócios, sobretudo para os artistas nacionais que podem ser selecionados para festivais internacionais.
Quanto à incubação do AME no Palácio de Cultura Ildo Lobo, avançou que faz todo o sentido, as instalações são propícias para este efeito e vão permitir que haja a continuidade do evento, pelo que o Governo vai continuar a apoiar.
O cartaz do AME 2023 é o mais eclético de sempre, composto por cerca de 120 artistas e músicos de mais de quinze nacionalidades, com um total de 26 actuações distribuídas pelos palcos da Pracinha Escola Grande, Praça Luís de Camões, Rua Pedonal e Osteria, além do Auditório Nacional.
O evento, que decorre até quinta-feira, 13, é orçado em 18.500 contos, numa parceria público privada entre a empresa que gere o AME, a Associação Cabo Verde Cultural, constituída por dez empresas nacionais, e o Governo, através do Fundo do Turismo, Câmara Municipal da Praia e de outras empresas parceiras.